Reunião de emergência sobre os reflexos da paralisação nos serviços do Estado para o sistema de saúde de Imperatriz e região, no gabinete do prefeito
Prefeitura arcou com as despesas de um contrato de seis meses no Hospital Alvorada no ano passado
SÓ DEPENDEM DO ESTADO III: pacientes NA FILA DA UTI. Sistema estrangulado, com a falta dos leitos antes disponibilizados num dos hospitais particulares.

Por Assessoria de Comunicacao

A paralisação, por parte do estado, de serviços vitais no sistema de saúde pública, está sufocando o Hospital Municipal de Imperatriz, Socorrão. Ontem, 19, eram quase 25% dos leitos das enfermarias do único centro regional de urgência e emergência ocupados por pacientes que não deveriam estar ali, mas por falta de funcionamento de etapas que são da conta do Governo do Maranhão, dezenas de doentes formam uma espécie de dolorosa fila do desespero e ainda impossibilitam o acolhimento de outros pacientes.
Ontem, segunda-feira, 19 de agosto, nove leitos do HMI estavam ocupados por pacientes já indicados para o TFD, Tratamento Fora de Domicílio, que nas regras da pactuação do SUS, Serviço Único de Saúde, dependem de especializações que não existem aqui, e já eram para estar em São Luís, mas isso não ocorre porque a Secretaria de Saúde do Estado não providencia o deslocamento e nem abre vagas das unidades da capital. Tem paciente em leito do HMI há cinco meses, esperando transferência.
A direção do Socorrão não pode precisar quantos doentes, em condições menos emergenciais, estão em casa, vítimas da mesma situação, e que vez por outra precisam ser acolhidos pelo HMI, ainda que temporariamente. Estima-se que pelo menos 50 pacientes aguardam o TFD do Estado, em suas residências.
Conta maior gerada pelo Estado para o Município se dá pela suspensão do atendimento, por parte do Hospital São Rafael, que reclama atrasos de até sete meses para receber pelos serviços prestados ao Governo do Maranhão. São procedimentos da hemodinâmica, indispensáveis para o tratamento de pacientes cardíacos graves. Ontem, eram 23 os doentes dessa categoria perdendo tempo e vendo agravar-se o estado de saúde.
Outra fatura pesada para o Socorrão (com desdobramentos na ocupação de leitos que poderiam acolher outros doentes) é a redução de ofertas das UTI’s. Do município, funcionam integralmente os 20 leitos de adultos e os 10 de crianças, mas, dos contratados pelo Estado, com recursos que são de Imperatriz, dos 15 leitos do Hospital da Unimed, nem todos acolhem pacientes dos SUS (a média dos últimos meses é de dez ocupações por mês).
Antes, esse 15 leitos eram 20, mas 5 deles, que permanecem na conta de Imperatriz, foram transferidos pelo Governo para a capital, São Luís.
Ontem, vinte e três pacientes graves, muito graves e gravíssimos, estavam em leitos das enfermarias do Socorrão, na fila da UTI. Enquanto isso, chovem ações judiciais contra o Socorrão e a gestão municipal, demandadas por familiares de doentes e pelo Ministério Público, “mas a questão, além de humanitária, é física, há uma limitação, principalmente pela falta do cumprimento das obrigações por todas as partes pactuadas. Estamos fazendo muito acima dos que nos compete fazer, mas a situação, infelizmente, é de estrangulamento do sistema”, lamentou, ontem, o prefeito Assis Ramos, numa reunião com seu gabinete de emergência.