Governo do Estado fechou os 20 leitos de UTI que funcionavam dentro do Hospital da Unimed

O setor jurídico da Prefeitura de Imperatriz vai representar no Ministério Público contra o Governo do Estado, que há dez meses recebe e se apossa dos repasses feitos pelo Governo Federal para manutenção dos 20 leitos de UTI fechados em setembro do ano passado. A alegação, para o fechamento, foi de desacertos contratuais com a empresa STI (Serviço de Terapia Intensiva). Dezenas de vidas se perderam por falta dessas UTIs, até que a prefeitura, com recursos próprios (em sacrifício de outras prioridades), implantasse novos 10 leitos nas instalações do Hospital Alvorada, em junho passado.

Em setembro de 2017, o Governo do Estado rompeu com a STI e fechou os 20 leitos que funcionavam dentro do Hospital da Unimed. Esse apoio do Estado se dava há alguns anos, desde quando ainda era governadora Roseana Sarney, que socorreu a região imperatrizense em virtude da grande demanda gerada por cidades de três estados, Maranhão, Pará e Tocantins.
A Prefeitura de Imperatriz, a partir de então, só pode contar com os 20 leitos do Socorrão e os 10 do Socorrinho. Doente em estado gravíssimo, vítimas principalmente de traumas, AVCs e infartos, só têm chance de sobreviverem se forem para uma UTI. Pelo que se vê no Portal da Prefeitura, que disponibiliza a evolução dos pacientes dos seus leitos no Socorrão e no Socorrinho, mais da metade de quem recebe esse tipo de suporte sobrevive.
Foram oito meses com vinte leitos a menos, até que na primeira semana de junho o prefeito Assis Ramos inaugurasse vinte leitos novos, instalados dentro do Hospital Alvorada. "Certamente, são incontáveis as vidas que se perderam no período, porque o fechamento desses leitos, abruptamente, tirou a chance de socorro eficiente a muita gente que se viu à beira da morte no período", observa o prefeito Assis Ramos.
No dia 15 de junho, por conta da repercussão da iniciativa do prefeito, o secretário de Saúde do Estado, Carlos Eduardo Lula, veio à Câmara de Imperatriz para anunciar que "no máximo em uma semana", os 20 leitos de responsabilidade do Estado voltariam a funcionar. "Já se vão quase 8 semanas e o Estado não nos devolveu sequer um leito. Não era verdade o que o senhor Carlos Lula em nome do governador veio aqui nos dizer", observa Assis Ramos.
O mais grave de tudo se revela agora: de setembro do ano passado até os dias de hoje, o Estado recebeu do Ministério da Saúde exatos R$ 2.872.320,00 para pagar a conta dos leitos de UTI que não existem mais em Imperatriz. Esse dinheiro, que continua vindo em cotas mensais, seria exclusivo para isso, mas o governo federal sequer foi informado que o serviço foi interrompido. "Se o Estado está fazendo algum fundo com esse dinheiro, certamente estamos diante de uma poupança macabra, às custas de dezenas de vidas. Alguém vai ter que ser responsabilizado e, para que isso ocorra e para que se dê uma satisfação às famílias das vítimas desse descaso, vamos ao Ministério Público", afirmou o prefeito Assis Ramos. (Assessoria de Comunicação)