Hemerson Pinto
O quarto trabalho do escritor Cícero Melo apresenta 133 poesias distribuídas em 136 páginas. ‘Nossos espelhos, nossas flores’ é um livro que tem como temática principal, segundo o autor, assuntos atuais que envolvem o dia a dia, com foco em questões sociais. ‘Uma homenagem aos injustiçados do meu país’ é a frase de boas vindas ao leitor, destacada logo na dedicatória.
Para o escritor, a obra representa “um momento especial para minha vida, onde tenho a oportunidade de, mais uma vez, oferecer uma pequena contribuição para o enriquecimento cultural de Imperatriz”.
Aproveitando o bate papo com a reportagem de O PROGRESSO, encontro que aconteceu à sombra de uma mangueira na Praça Tiradentes (Centro), Cícero informou que a oportunidade de falar sobre mais um trabalho neste veículo de comunicação é encarada por ele como “o pré-lançamento do meu mais novo livro”.
O poeta fez questão de explicar a escolha de realizar lançamentos das três obras anteriores em locais diferentes, dentro da região conhecida como Grande Santa Rita. “Os lançamentos de ‘Paixão de adolescente’, ‘Amor sem limite’ e ‘A flor e o diamante’ aconteceram dentro da minha comunidade, pois gostaria de fazer de forma aberta, para que a divulgação desses eventos mostrasse a Imperatriz o lado que não é mostrado a respeito da nossa comunidade, os talentos como compositores, escritores. Infelizmente, boa parte da nossa imprensa prefere mostrar o lado negativo, são assaltos, estupro e outras situações”, explica o morador do bairro Boca da Mata.
‘Nossos espelhos, nossas flores’, porém, deverá ser lançado no Auditório da Academia Imperatrizense de Letras. “Tenho recebido convites de alguns acadêmicos e resolvi aceitar, vamos estudar uma data para fazer esse lançamento oficial na Academia”, revela.
O prefácio da obra é assinado pelo escritor Arnaldo Monteiro, que em certo trecho declara: “[...] Sinto-me compelido em dizer que Cícero Melo é um leitor consciente dos mundos dos homens. Por conseguinte, ante as degenerações dos valores morais, éticos, de honradez, entre tantos outros atributos que deveriam nortear a conduta, moralmente recomendada, para quem quer pôr-se a serviço da sociedade, eclode, da criatividade laboral, o grito de
indignação que o encaminha para o “dizer não...[...]”.
‘Grito’ é uma das poesias que traduzem o sentimento do autor e representa a mensagem deixada pela obra:
‘Rostos, riscados, refugados rostos,
Ralados e relatados: rostos riscados.
Remos, redes, rasgadas e remendadas,
Dos remadores resistentes!
Aos rumores dos riachos’.
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