Senador Roberto Rocha
O Maranhão precisa descobrir o Maranhão. É inacreditável que nosso povo desconheça o prodígio de riquezas que abriga nosso estado, na maioria das vezes sem que exista um único plano para transformar esse potencial em realidade.
Já falei em artigo anterior da riqueza dos rios. Nenhum estado do país abriga ao mesmo tempo doze bacias hidrográficas, com rios perenes e abundância variada de pescado.
Hoje falo de outra riqueza quase desconhecida: o Maranhão é o único estado no país com capacidade para desenvolver projetos de geração de energias renováveis, simultaneamente nas matrizes eólica, solar, fotovoltaica, oceânica e hidráulica.
Falou em potencial de energia, o Maranhão tem. No nosso subsolo estão as maiores reservas de gás natural do país, capazes de transformar a matriz de geração de energia, reduzindo custos industriais e até mesmo o desembolso do consumo doméstico.
Com toda essa riqueza, sabe o que sobra pro nosso povo? Simplesmente ter que pagar uma das maiores, senão a maior tarifa de energia elétrica do país. Parece até piada de mau gosto, mas o povo que está cercado do maior potencial de geração de energia é castigado com os custos mais cruéis para ter o direito de ter uma geladeira ou uma simples televisão em casa.
Enquanto não cumprimos nosso destino inevitável, de sermos uma potência energética, cumpre-nos pelo menos buscar amenizar a dor do nosso povo. Esta semana a Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor (CTFC), do Senado, aprovou projeto de lei de minha autoria que modifica as faixas de consumo e percentuais de desconto aplicados aos beneficiários da Tarifa Social de Energia Elétrica (TSEE).
A TSEE é um programa que dá descontos na conta de luz para famílias de baixa renda inscritas no Cadastro Único de Programas Sociais do Governo Federal.
O PLS260/17 modifica as faixas de consumo para ampliar a tarifa social, ou seja, diminui o valor das contas de luz das pessoas que mais necessitam em até 70%, para aquelas famílias que consomem até 50 kWh por mês. Esses custos representam hoje uma parcela significativa das despesas das famílias brasileiras, especialmente entre as populações mais carentes.
É um bálsamo para muitas famílias, mas a verdadeira solução do problema só acontecerá quando o Maranhão deixar de explorar politicamente a pobreza e passar a explorar economicamente a sua riqueza.
Só assim o Maranhão irá liberar sua maior energia, que é a energia social de seu povo.
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