Domingos Cezar
Das minhas lembranças de criança no que se refere aos considerados grandes empresários, os quais, por sua luta, pelo trabalho digno, enriqueceram e transformaram esta cidade, de uma pequena vila em um polo de desenvolvimento, um destes ficou gravado na minha mente, o ex-mecânico e ex-relojoeiro que se tornou em grande empreendedor: Ribamar Cunha.
Minhas lembranças se arremetem aos idos da década de 60, quando residíamos na mesma casa da Rua Dom Pedro II – União, e que a minha saudosa mãe, Dona Martinha Cezar, me mandava comprar um quilo de café para o suprimento da casa.
Como naquele tempo, quando os pais mandavam, menino não pensava duas vezes para executar a tarefa, me dirigia para a beira do rio Tocantins – meu santuário onde sempre vivi – onde pegava a canoa de meu pai – o pescador Cametá – e com remadas fracas em face à minha idade, atravessava o rio com destino à Bela Vista.
Naquele mesmo local, em que atualmente se situa o Destacamento da Polícia Militar do Tocantins, ali estava instalada a fábrica do Café Viana, de propriedade do também empresário/pioneiro João Viana. Como se tratava de um produto de qualidade, a exemplo dos dias atuais, o café era muito apreciado por minha família e pela comunidade local.
Quando Ribamar Cunha adquiriu a indústria de café da família Viana, mudou-a para Imperatriz, acabando meu sofrimento de atravessar o rio a bordo de uma canoa para adquirir o tão precioso café, que nossa família tem por hábito de apreciá-lo até os dias atuais.
Por essa razão, desde então passei a acompanhar a história mercantilista desse homem que deixou um imenso legado para todos nós. Decorridos alguns anos, tenho acompanhado o crescimento das empresas fundadas e lideradas por Ribamar Cunha e seus filhos, as quais se tornaram em um grupo empresarial forte que orgulha a todos nós imperatrizenses.
Antes de deixar esse mundo, Ribamar Cunha deu outro exemplo digno de ser seguido ou copiado. Tratou de colocar os filhos para trabalhar desde cedo, acompanhando-o e ajudando-o a administrar as empresas do grupo. Desta forma, o empresário Ribamar Cunha se foi, mas deixou um exemplo de vida e de dedicação à família, a comunidade que vive e, sobretudo, de trabalho e dignidade.
Domingos Cezar, jornalista
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