Entre muitas formas de não respeitar os idosos e cadeirantes em Imperatriz, uma chama a atenção: a que obriga os empreendimentos comerciais e culturais a manter sempre disponíveis vagas para que os idosos possam estacionar seus veículos. Apesar de os supermercados e shoppings possuírem locais sinalizados para que tanto os idosos como os cadeirantes possam estacionar, isso não é cumprido por parte dos motoristas que, mesmo sabendo da prioridade, ocupam as vagas. Pior, as pessoas que trabalham nestes locais dizem que não podem fazer nada para manter a vaga livre. E que às vezes são até alvos de palavrões quando pedem para o motorista procurar outro local para estacionar, pois aquele que parou está reservado aos idosos e cadeirantes.
Para o promotor de Justiça Joaquim Ribeiro de Souza Junior, ainda são poucas as denúncias por ausência de vagas e também por encontrar ocupado as vagas quando elas existem. "Embora a gente receba poucas denúncias formais, sabemos que infelizmente essa tem sido uma prática comum na nossa cidade. O MP tentará viabilizar em parceria com a Setran e a PM uma força tarefa para coibir isso".
Ele adianta afirmando: "Inclusive, já foram feitas pela Setran algumas operações nesse sentido. Mas o MP solicitará que tais operações sejam intensificadas". Para o promotor "se não houver fiscalização constante, rígida e uniforme, dificilmente mudaremos algo. A realização de campanhas educativas também é muito importante". E concluiu afirmando: "No entanto, as duas coisas devem ser realizadas paralelamente: fiscalização e conscientização! Uma coisa sem a outra não vai funcionar".
Em nota, a direção do Imperial Shopping informou que "O Imperial Shopping esclarece que tem conhecimento de situações envolvendo o uso indevido das vagas prioritárias no estacionamento do empreendimento e informa que dialoga constantemente junto à Secretaria de Trânsito (Setran), órgão responsável por realizar a devida fiscalização e aplicação de multa. O shopping informa ainda que possui uma equipe interna de seguranças que orientam constantemente consumidores com relação à prática. Assessoria de Imprensa".
Para a presidente da Comissão dos Direitos da Pessoa com Deficiência da OAB de Imperatriz, Thais Nogueira, "a gente sabe que existe fiscalização, no entanto é pequena e deve ser ampliada. Eu mesma tenho um filho com deficiência e quando vou aos shoppings e procuro a vaga geralmente está ocupada por quem não é nem idoso nem deficiente. Quando há um veículo com o adesivo, não é o deficiente ou idoso que está dirigindo, mas sim outra pessoa", declarou.
Ela explicou que a Setran é quem libera os adesivos, desde que a pessoa procure o órgão para que seja fiscalizado e cadastrado junto à secretaria, o que dará direito a estacionar nas vagas. A mesma coisa em relação aos idosos.
O secretário de Trânsito, Leandro Braga, confirmou que, apesar de serem particulares, a competência para fiscalização das vagas nos shoppings é da Setran e que as indicações nos supermercados Mateus estão erradas e já foram notificados para serem modificadas com placas de sinalizações.
Leandro Braga informou que vão continuar as fiscalizações nos shoppings e nos bancos para garantir o direito dos idosos e deficientes a estes lugares. "Já fizemos e vamos continuar. O promotor já nos cobrou e pretendemos ampliar a fiscalização. Recebemos a denúncia pelo celular da Setran, os agentes vão ao local, constatam, multam e rebocam o veículo que está ocupando a vaga", disse.
"A Setran é quem dá a credencial para idosos e deficientes, com cópias dos documentos pessoais e a cópia do comprovante de residência e recebe ainda no mesmo dia.
O gerente do supermercado Mateus da rua Ceará, Lucas Maikel, confirmou o erro na sinalização das vagas e adiantou que já solicitou providências. "Sabemos que a sinalização está errada e que deve ser por placas indicativas. Já estamos providenciando a correção e em poucos dias estará dentro do padrão exigido pela secretaria e pelo Código de Trânsito".
Quanto aos motoristas que ocupam as vagas sem serem idosos ou deficientes, Lucas afirmou que "temos uma pessoa que trabalha na tentativa de controlar e quando isso acontece ele conversa com o motorista e geralmente não é atendido. Na maioria das vezes, é tratado até com grosseria, com os motoristas dizendo que sabe que a vaga é reservada, mas não está nem aí", frisou.
Este problema, aliás, ocorre em todos os lugares. Muitas vezes, contam os fiscais dos supermercados e shoppings, chegam a querer partir para a agressão física.
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