Sala da Unidade de Oncologia Pediátrica, em Imperatriz

Aos 3 anos, o pequeno Davi Elison Gastão Silva trava uma luta contra o câncer. Transferido para a Unidade de Oncologia Pediátrica, em Imperatriz, ele é o primeiro paciente de internação do novo serviço, inaugurado nessa quarta-feira (1º), pelo Governo do Estado. A implantação da unidade resulta da celebração de convênio entre a Secretaria de Estado da Saúde (SES) e o Hospital São Rafael. O novo serviço tem capacidade para 648 internações clínicas por ano e 300 cirúrgicas.
O secretário de Estado da Saúde, Carlos Lula, acompanhou o governador Flávio Dino durante agenda na cidade. "Estamos aqui realizando um sonho não só da região de Imperatriz, mas de todo o estado do Maranhão. Então, hoje, vamos ter condições de cuidar dessas crianças que não vão precisar mais ir para São Luís ou se deslocar para Goiás que acontecia em muitos casos ou para Teresina para se tratar. Elas vão ser cuidadas em Imperatriz com tudo que há de mais moderno em oncologia pediátrica", destacou.
A criança, que aguardava Tratamento Fora de Domicílio (TFD), foi transferida para a Unidade de Oncologia Pediátrica, nesta segunda-feira (30), e permanecerá em sua cidade natal. Os pais, José Josafá Gastão Sousa e Jardineusa Parrião Silva, contam que o sentimento, agora, é de esperança. Eles ficaram aliviados de conseguir fazer a internação e posterior tratamento em Imperatriz, cidade onde moram. A Unidade de Oncologia Pediátrica funciona na área da expansão do Hospital São Rafael.
"A unidade será muito boa para toda a população, que não vai precisar ir para São Luís. Aqui fica mais favorável, estamos próximos de casa. Longe tudo fica mais complicado. Mesmo internado, a sensação é que estamos em casa, posso sair para resolver alguma coisa, se for preciso. E posso contar com o apoio de todos", afirma José Josafá Gastão Sousa, pai de Davi.
"Meu coração está mais confortável ficando aqui. Estou com esperança e muita fé que ele vai ficar bom", completa Jardineusa Parrião Silva, mãe de Davi, que conta que não teria onde ficar em São Luís, caso precisasse de atendimento na capital do estado.
A criança foi internada inicialmente no Hospital Infantil de Imperatriz há um mês, após uma queda. Ele sentia dores nas costas e febre. Os exames não mostraram nada nas costas, mas as plaquetas estavam alteradas. Nos primeiros 15 dias, ele conseguia receber visitas e usar espaços comuns, como brinquedoteca, mas a imunidade baixou, e Davi Elison precisou ser isolado. 

Diagnóstico
Ainda aguardando o diagnóstico ser fechado - a suspeita é de que ele tenha aplasia de medula -,  Davi já está sob os cuidados do corpo médico especializado da Unidade de Oncologia Pediátrica, em Imperatriz. Segundo o médico oncologista Adriano Rego Lima de Medeiros, primeiro é preciso avaliar as condições físicas do paciente para então chegar a um diagnóstico final.
"Nossa suspeita é que seja um processo leucêmico, mas primeiro vamos compensar clinicamente o Davi, para depois colher exames direcionados especificamente ao diagnóstico de uma leucemia aguda", destaca. Compensar clinicamente, explica o médico, é afastar qualquer processo infeccioso, fortalecer a imunidade, descartar qualquer problema em qualquer outro órgão, para então colher material na medula para avaliação. A partir daí, o menino poderá receber o tratamento integral também na unidade.
O médico acredita que a possibilidade de tratar a doença próximo ao domicílio tem um impacto grande na evolução do tratamento. "Além do dano orgânico ao paciente, existe o dano social à família. Quando falamos de criança, então, existe uma dependência maior ainda da família. Ao instalar uma unidade na região, conseguimos minimizar esse dano social", ressalta.

Assistência em saúde 
Nesta quarta-feira (1º), o governador Flávio Dino visitou a nova Unidade de Oncologia Pediátrica, em Imperatriz, acompanhado do secretário de Estado da Saúde, Carlos Lula. A Unidade de Oncologia Pediátrica atenderá 43 municípios das regiões da saúde de Balsas, Açailândia, Barra do Corda e Imperatriz. 
Na terça-feira (31), a unidade recebeu a segunda paciente de internação, uma garota de 3 anos de Itinga do Maranhão. Kemilly de Sousa Silva foi transferida para a Unidade de Oncologia Pediátrica encaminhada pelo Hospital Infantil de Imperatriz, onde estava internada. Ainda na terça-feira, ela teve colhido material para realização de um mielograma. A suspeita diagnóstica é de leucemia, um dos cânceres mais comuns nessa faixa etária.
Mesmo antes da entrega oficial, a unidade já recebeu três pacientes, demonstrando a importância do serviço. "Esses três pacientes sendo atendidos antes mesmo da entrega oficial mostra a necessidade desse serviço para a região. Há 10 anos, Imperatriz não tinha nenhum tratamento oncológico. Hoje, mudamos esse cenário. A unidade vai suprir um vazio assistencial grande, fazendo com que as crianças sejam tratadas perto de casa", afirmou o secretário de Estado da Saúde, Carlos Lula.
Pacientes
Antes de Kemilly de Sousa Silva, o pequeno Davi Elison Gastão Silva, de Imperatriz, já havia sido internado na Unidade de Oncologia Pediátrica, também encaminhado pelo Hospital Infantil de Imperatriz. A unidade já havia recebido uma criança de nove anos para umas sessão de quimioterapia, no caso, sem a necessidade de internação.
O serviço possui 12 leitos para oncologia pediátrica clínica, cinco para a cirúrgica e dois leitos de UTI. A capacidade instalada é de 54 atendimentos por mês nos leitos clínicos e 25 no cirúrgico. O investimento mensal do Governo será de R$ 205.402,23 para oferta do novo serviço.
O atendimento é regulado. Os pacientes precisam ser encaminhados por outras unidades de saúde para ter acesso o tratamento no local. No local, será possível fazer consultas médicas especializadas, exame laboratorial e diagnóstico por imagem (radiologia, tomografia, ressonância magnética, medicina nuclear, ultrassonografia, radiologia).