O entrevistado do Programa "Nossa Gente" da TV PROGRESSO WEB deste sábado, 1º de fevereiro de 2020, é o contador e empresário Hélio Rodrigues Araújo. Nesta edição, O PROGRESSO publica trechos da conversa exclusiva com o jornalista Raimundo Primeiro.
Aos 62 anos, o contador, professor e empresário Hélio Rodrigues Araújo, reafirma o amor que tem para com Imperatriz. Ele reside há 41 anos na cidade, tendo chegado em 1979, procedente de Anápolis (GO), sua terra natal.
Hélio Rodrigues Araújo é filho de um pintor de parede, Jocelino Rodrigues, e de uma enfermeira, Joaquina Silva, dos quais sempre recebera o incentivo para os estudos, tendo em vista que, por meio da educação, poderia mudar de vida, prosperar.
Entre diversos cargos e atividades, Hélio Araújo já fez de tudo um pouco desde que chegou na cidade. Presidiu o Conselho Regional de Contabilidade do Maranhão (CRC-MA), o Sindicato dos Contadores de Imperatriz, a Associação Comercial e Industrial de Imperatriz (ACII). É, atualmente, presidente da Federação das Associações Empresas do Maranhão (FAEM), sediada em São Luís.
Casado com a contadora Valmira dos Santos Araújo, Hélio Araújo é pai de Evelyn Santos Araújo (pedagoga), Everson Santos Araújo (Sistema de Informação) e Ricardo Araújo (Administração de Empresas), todos trabalhando em suas respectivas áreas de atuação.
Leonino, Hélio Araújo nasceu em 8 de agosto de 1957. Seu livro de cabeceira é "Desassossego", de Fernando Pessoa, do qual destaca a seguinte frase: "eu sou é eu mesmo, divirjo de todo mundo... Eu quase que nada sei. Mas desconfio de muita coisa".
"Sou bem eclético. Como de arroz com feijão a fricassé de frango. De camarão a provençal a picanha na chapa. Sempre procuro uma mesa com frutas, verduras, prato principal e uma boa sobremesa", diz Hélio Araújo sobre o tema gastronomia.
Já em relação aos amigos, Hélio Araújo ressalta: "o valor das coisas não está no tempo que elas duram, mais na intensidade com que acontecem. Por isso, existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis", concluindo que "estes são meus amigos".
Hélio Araújo também gosta de futebol. Foi jogador de futebol em Anápolis e aqui em Imperatriz. Fez fama por saber bem conduzir a redondinha. Jogava coletivamente quando esteve em campo. "O trabalho tinha de ser em equipe". "Há 5 anos, não jogo bola. Quem me viu jogando, sabe que eu era bom", lembra.
A seguir, confira trechos da entrevista exclusiva com Hélio Araújo:
Grata satisfação conversar com vocês, aqui na TV PROGRESSO WEB. Cheguei a Imperatriz em 29 de abril de 1979, às 16h30, com o objetivo de prestar consultoria para uma grande empresa de contabilidade da cidade. Ou seja, treinar os seus funcionários sobre uma lei criada no ano anterior, exigindo que as empresas contábeis do Brasil fizessem a correção monetária do balanço. Como tinha uma especialização no assunto, ministrei o treinamento. Gostei tanto da cidade, que nela estou há 41 anos.
TV PROGRESSO WEB - Quem é Hélio Araújo?
HÉLIO ARAÚJO - Sou afável [como vocês estão vendo], que procura viver em comunidade, uma pessoa que quer sempre o bem do próximo, que participa efetivamente das coisas boas e ruins da cidade. Infelizmente, não ser possível participarmos apenas das coisas boas. Tenho alguns serviços prestados aqui na cidade. Faço parte da Loja Maçônica União e Fraternidade de Imperatriz nº 10 desde 1991.
Durante 8 anos, fui vice-presidente do Conselho Regional de Contabilidade do Maranhão (CRC-MA). Do órgão, fui conselheiro durante 16 anos. Tenho extensa folha de serviços na cidade. Fui presidente do Sindicato dos Contadores de Imperatriz, da Associação Comercial e Industrial de Imperatriz (ACII). Hoje, estou na presidência da Federação das Associações Empresariais do Maranhão (FAEM), posição que muito me honra, aproveitando o espaço para agradecer aos presidentes de associações comerciais maranhenses que me conduziram ao cargo.
Sempre coloco que não sou eu que estou chegando a esses cargos, são as pessoas que me rodeiam, conhecem, sabem da minha competência, têm conhecimento do que posso oferecer para as entidades que integram o Sistema FAEM.
Procuro sempre fazer com que a comunidade ganhe, pois quero uma Imperatriz mais próspera e melhor para todos. Sempre que tenho oportunidade de receber pessoas de fora, assim como fui muito bem recebido nesta cidade, afirmo: 'a grande vantagem de nossa cidade, de Imperatriz, é esse nosso calor humano, que acolhe a todos igualmente".
TV PROGRESSO WEB - Onde o senhor nasceu?
HÉLIO ARAÚJO - Nasci em Anápolis (GO). De lá, fui para Brasília (DF) e, na sequência, Uberlândia (MG), de onde retornei para minha cidade natal. Deixei Anápolis, vindo diretamente para Imperatriz. E, nos 41 anos morando nesta cidade, tenho trabalhado no sentido de fortalecer o seu processo de desenvolvimento.
O trabalho tem como objetivo fazer com que o município cresça [sempre]. Tenho duas empresas, uma de contabilidade e, a outra, de informática, empregando cerca de 30 pessoas. Para elas, faço questão de dizer: "estou gerando empregos para 30 pais e mães de famílias".
São pessoas que colaboram com o movimento da cidade. A gente tem de entender Imperatriz de forma diferente de outras cidades. Contato pessoas de todo o Brasil, tendo em vista a facilidade de fazer amizades. Com elas, sobre suas cidades, converso sobre as questões econômicas e sociais.
Quando vejo assuntos relacionados aos índices de Desenvolvimento Humano do Estado do Maranhão (IDH), fico preocupado, querendo fazer com que o quadro seja revertido. Precisamos de um bom contato com o Poder Público constituído, tendo em vista ser, através dele, que a sociedade civil organizada consegue fazer com que a cidade permaneça prosperando e crescendo.
TV PROGRESSO WEB - Como foi a sua infância?
HÉLIO ARAÚJO - Igual as das outras crianças daquela época. Nasci em uma família sem condições financeiras, com muitas dificuldades, tendo que começar a trabalhar aos 10 anos. Aos 12 anos, saí da casa de meus pais. Não obtive sucesso, retornei. Foi em Imperatriz que consegui as coisas, o êxito veio.
A cidade me recebeu muito bem, dando-me condições para desenvolver meu trabalho com maestria. Hoje, além de ser presidente da FAEM, sou coordenador do Curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), onde entrei por meio de Concurso Público para o cargo de professor, há dezoito anos.
Uma honra poder servir a cidade, através da instituição, onde são formados anualmente 150 profissionais de contabilidade. Antes da Universidade Federal do Maranhão, trabalhei na implantação do Curso de Ciências Contábeis da Faculdade de Imperatriz (FACIMP), em atendimento a pedidos dos profissionais do setor.
TV PROGRESSO WEB - Fale um pouco sobre seus pais.
HÉLIO ARAÚJO - Meu pai, o baiano Jocelino Rodrigues Araújo (in memoriam), era pintor de parede, pedreiro, viveu muito bem. Morreu jovem para os padrões de hoje, aos 57 anos. Fez muita falta, pois ele era a minha base de sustentação, a minha âncora. Já minha mãe, Joaquina Silva de Araújo, faleceu em dezembro do ano passado. Era enfermeira, especializada em Sala de Cirurgia, tendo efetuado diversos partos. Era muito conhecida em Anápolis. Tenho muito orgulho de meus pais. Eles fizeram entender-me que, quanto mais estudasse, tivesse conhecimento, melhor seria a minha vida.
Tenho quatro irmãos, um deles, já falecido, o Ernane, que, inclusive, foi um grande jogador de futebol (o futebol é um capítulo à parte em minha vida [grifo do entrevistado]); Eliete, a irmã mais velha, e a Eliane, a caçula. O Ernane faleceu em outubro do ano passado. A Eliete e a Eliene moram e trabalham em Brasília (DF). Em virtude de eu ter vindo sozinho, apenas para trabalhar, entre seis a oito meses, tive de vir sozinho. Portanto, acabei constituindo minha família em Imperatriz.
Sou casado com Valmira dos Santos Araújo, filha de Sabino dos Santos, na época, um grande cerealista da cidade. Com o fim do ciclo do arroz, ele mudou-se para a vizinha João Lisboa e montou uma serraria, também participando do ciclo da madeira. Sou pai de três filhos - Everson Santos Araújo, formado em Informática, casado, tem três filhos; Ricardo e Evelyn Santos Araújo, que continua solteira e morando conosco. Todos eles, formados, já trabalhando e bem encaminhados na vida.
A gente precisa entender estarmos aqui apenas de passagem, a nossa vida é muito efêmera, a qualquer momento podemos perder tudo o que construímos. Não sou pessimista, mas realista em relação a tais assuntos. Quando morre alguma pessoa conhecida, falo: "a morte só precisa de uma variável, ou seja, a pessoa está viva".
Com isso, convivo o tempo todo. Entendo que também irei passar, todos passaremos. O que a gente precisa fazer, portanto, é construir 'castelos', só que 'castelos de pedras'. Já os 'castelos de areia' que construímos, o vento consegue derrubar. 'Castelo de pedras', "é fazer o bem sem olhar para quem". 'Castelo de areia' é a pessoa se preocupar consigo mesma, refletindo que são coisas mesquinhas; o desejo pelo dinheiro, com a pose. São situações efêmeras. Tudo isso passa. Precisamos, sim, construirmos situações positivas, 'castelos de pedras' que sejam eternos. Tenho quase certeza que serei lembrado por muito tempo pelas pessoas que me conheceram. (Entrevista produzida pelo jornalista Raimundo Primeiro)
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