O caso ganhou repercussão na imprensa local

Hemerson Pinto

Na edição da última terça-feira, apresentamos o drama vivido pela dona de casa Amanda Karla Rodrigues da Paz Lima, 25 anos. A jovem mulher foi atacada pelo marido com uma faca na noite do último domingo. Ela correu, ele tropeçou e caiu sobre o objeto cortante e precisou de ser levado ao Socorrão. Menos de 1 hora depois, Antônio Carlos fugiu do hospital e voltou à residência no bairro Santa Rita. Novamente tentou contra a vida da mulher.
A tentativa de homicídio aconteceu na Rua W3, entre Bom Jesus e C, em frente ao condomínio onde o casal residia. Os vizinhos entraram na confusão em favor de Amanda. Há cinco anos a mãe de três crianças (4 anos, 3 anos, 3 meses) sofria agressões do marido com frequência, mas tinha medo de denunciar.
No último domingo, o caso ficou mais sério. Amanda escapou duas vezes e teve o rosto machucado por um cabo de vassoura ao defender um soco que poderia atingir a filha mais nova, que era amamentada no momento. Ao correr, conseguiu driblar a morte e afirma que não quer dar nova chance ao azar. “O que eu quero é voltar para minha cidade, Recife, em Pernambuco, onde está minha família”, o que impedia era a falta de dinheiro.

Surpresa - Ainda no domingo à noite, depois que Amanda saiu da delegacia, Antônio Carlos foi preso por uma guarnição da Polícia Militar, a poucos metros da casa onde ela estava. Tudo parecia resolvido com o suposto agressor preso. Na noite de terça-feira, a dona de casa teve uma surpresa. Antônio foi colocado em liberdade, e ela, como manda a lei, informada sobre a soltura do pai dos filhos dela.
O início da manhã de quarta-feira era de dúvida e medo. “Tenho medo de ele me matar. Fiz a denuncia, levei o caso à frente, mas não adiantou, ele vai me procurar e pode me matar”, relatava, afirmando não acreditar na Lei Maria da Penha.
Horas depois, uma luz: na casa onde Amanda foi acolhida chega uma assistente social do Centro de Referência em Atendimento à Mulher Vítima de Violência. Conceição Sousa estava ali para dar a boa notícia: a mãe e os três filhos seriam acolhidos pela Casa Abrigo, enquanto Antônio Carlos fosse novamente colocado atrás das grades. O pedido de cancelamento da soltura de Antônio e o novo mandado de prisão partiu do Ministério Público.
A mulher agredida iria embarcar às 19h de ontem. As passagens já estavam compradas. Com a decisão do Ministério Público, ela vai ficar acolhida e protegida na Casa Abrigo, com os filhos, aguardando a prisão de Antônio Carlos, que pode acontecer a qualquer momento (ou ter acontecido antes mesmo desta matéria ser publicada). A medida é uma garantia. Assim que a polícia efetuar a prisão, passará a ser convidada a prestar depoimentos para garantir que Antônio Carlos fique preso.
Depois do desenrolar do processo, poderá seguir viagem e recomeçar a vida no lugar de onde saiu há cerca de 10 anos.