Ela, há mais de 30 anos, milita em vários movimentos sociais. Ainda muito nova, antes mesmo de ter os filhos - que são três -, sempre se envolveu com as causas coletivas. Já passou pelo Movimento das Comunidades Populares - MCP, militou na cidade no Movimento pela Água e atualmente faz parte da Associação de Catadores de Materiais Recicláveis de Imperatriz – Ascamari. Este é apenas um microrresumo da história de vida e de luta da moradora do bairro Bacuri, Maria Anselma Pereira de Sousa. Ela foi indicada pelo vereador professor Carlos Hermes para receber no Dia da Mulher o Troféu Alvina Fortaleza, comenda em homenagem às mulheres que têm serviços prestados em Imperatriz. A menção honrosa leva o nome da primeira vereadora-presidente da Câmara.
Por motivos de saúde de uma pessoa de sua família, Maria Anselma não pôde comparecer na sessão em que foi uma das homenageadas. Mas D. Selma (como é mais conhecida) é assim mesmo, sempre está cuidando dos seus e dos outros também. Ela, assim como tantas outras mulheres, já foi muito incompreendida por causa do seu sonho. É o que conta a sobrinha dela, Paula de Társsia, que representou a tia durante o momento solene: “Eu praticamente cresci com o povo dizendo: a Selma é doida! Sai de casa, deixa o marido, os filhos. Meu Deus, o que ela quer com essas coisas? Vai pro meio do mundo pra tá lutando por umas pessoas que ela nem conhece”.
Selma sempre teve esse sentimento de luta coletiva, o sonho dela é que tenhamos uma sociedade melhor pra todo mundo. É o que relata Paula: “Ela nunca pensou só no individual. Sempre ouvi a Selma falar em nós, no coletivo, ela diz: Se a sociedade não tá bem, então eu não tô bem; se os filhos dos vizinhos não estão bem, meus filhos também não estão bem; se eu tenho o que comer e meu vizinho não tem, eu não me sinto bem. Eu cresci com ela falando essas coisas e acho justa a homenagem. Quero em nome dela agradecer ao vereador Carlos Hermes por reconhecer na história da Anselma a luta de resistência e persistência de muitas outras mulheres. Hoje essa comenda não foi só a Selma quem recebeu, foi todo o movimento, foram as várias mulheres que lutam com ela”.
Publicado em Cidade na Edição Nº 15553
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