A palestrante Profª Drª Maria de Lourdes Siqueira (UFBA); também à mesa a Profª Drª Herli de Sousa Carvalho (UFMA)
Os docentes de Língua Portuguesa e Arte, da Rede Estadual, participaram da palestra, organizada pela CEIRI/UREI
A formação aconteceu durante o 17º Salão do Livro de Imperatriz
Todos os participantes da formação, ao lado da Profª Drª Maria de Lourdes Siqueira (UFBA)

Aparecida Marconcini Prestes

Nesta quarta (09), durante a programação do 17º Salão do Livro de Imperatriz (SALIMP), aconteceu mais um encontro para Formação Continuada em História e Cultura Afro-Brasileira e Africana para docentes da Rede Pública Estadual, promovido pela Secretaria de Estado da Educação, através da Unidade Regional de Educação de Imperatriz (UREI), por meio da Coordenação de Educação da Igualdade Racial (CEIRI). A Lei 10.639/03 estabelece a obrigatoriedade do Ensino de "História e Cultura Afro-Brasileira" dentro dos componentes curriculares da Educação Básica. A URE de Imperatriz, através da CEIRI, tem realizado uma série de formações ao longo do ano, no intuito de que esta Lei seja efetiva, para o fortalecimento do combate ao racismo e da educação para as relações étnico-raciais.
Desta vez, os docentes da Rede Pública Estadual, de Língua Portuguesa e Arte, além do público em geral, foram presenteados com a palestra "Contribuição do protagonismo feminino negro nos processos de construção do conhecimento", proferida pela Profª Drª Maria de Lourdes Siqueira (UFBA).
"As formações, que acontecem uma vez ao mês, são oportunidades de discutir sobre diversidade, respeito às diferenças, identidade, lugar de fala, etnicidade, entre outras temáticas, sendo possível esta realização através de parcerias com os formadores da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), da Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão (Uemasul) e agora com a formadora, Profª Drª Maria de Lourdes Siqueira, que é da Universidade Federal da Bahia (UFBA)", explica a professora Eró Cunha, que é a coordenadora da CEIRI.
"Chamamos de protagonistas pessoas que têm a coragem de começar, de incentivar, de ter a autoestima elevada. Nós não podemos nos deixar, absolutamente, abater pelos desrespeitos aos nossos direitos e as nossas diferenças. Nós temos que ter sempre em mente: diferença não é fator hierarquização, diferença não é condição de desigualdade". Diferença é riqueza. É riqueza cultural. É riqueza civilizatória. É riqueza ética. Essa riqueza é que nos faz crescer como profissionais que estão preparando os jovens, adolescentes e crianças para serem os novos profissionais", destaca a Profª Drª Maria de Lourdes Siqueira. "Nós temos que ter a certeza e a esperança que nossa sociedade vai ser melhor, com os jovens que nós vamos formar. Levando-se em conta os valores, costumes, tradições, consciência política, consciência crítica, respeito pelos outros, respeito pela dignidade alheia e sobretudo respeito pelas diferenças", reforça a profª Maria de Lourdes, durante sua palestra.
Carinhosamente chamada de Lourdinha, a professora e escritora Maria de Lourdes Siqueira, é natural do município de Codó (MA), possui Graduação em Pedagogia pela Universidade Federal do Maranhão (1964), Especialização em Comunidades Latino Americanas pelas Nações Unidas e Centro Regional de Educação (1967), Mestrado em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1986), Doutorado em Antropologia Social e Etnologia pela Ecole des Hautes Études en Sciences Sociales (1992), Pós-doutorado pela University Of South Africa (2000) e Pós-doutorado pela University Of London School Of Orient And African Studies (1998). Atualmente integra o quadro da Universidade Federal da Bahia e do Conselho de Promoção da Igualdade da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. Tem experiência na área de Antropologia, com ênfase em Antropologia das Populações Afro-Brasileiras.