Hemerson Pinto
A solução do caso que durou exatamente dez dias foi dada na manhã de ontem, quando oficiais de justiça visitaram o terreno ocupado no Parque Amazonas e apresentaram documento garantindo a reintegração de posse. A área de pouco mais de 2000 m² pertence ao Governo Federal e décadas atrás teria sido cedida à Universidade Federal do Maranhão, que em contrato de comodato teria repassado à Fundação Nacional do Índio - Funai.
Por muitos anos a área abrigou uma casa de apoio a indígenas da região. Há dez dias o terreno foi invadido por 110 famílias que afirmavam não terem casas próprias e estavam dispostas a ocuparem a área para construções de residências. Algumas armações de madeira cobertas por telhas ou palhas já davam vida à vila, que deveria ser cortada por oito ruas. A ideia dos ocupantes era dividir em lotes com medições mínimas de 6 x 15 e máxima de 6 x 20.
“Estamos aguardando o que a justiça vai decidir, é só isso que estamos fazendo”, diz Eduardo Guajajara. Ele é o chefe da família que habita a área, que décadas atrás teria sido doada para a Funai. Eduardo afirma que várias famílias habitaram o local até o dia em que o atendimento foi transferido para a sede, no centro da cidade. O indígena informou que habita a área desde o início da década de 2000.
Minutos depois da afirmação do índio guajajara, os oficias de justiça chegaram acompanhados de homens da Polícia Militar e entregaram aos líderes do movimento a ordem de saída do local. Sem resistência, as famílias foram desmanchando o que haviam erguido e deixando o local.
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