Meirilene Queiroz de Almeida Canjão
Tendo em vista que um dos problemas bastante debatidos e preocupantes hoje é a dificuldade de aprendizagem no âmbito escolar, suas causas podem estar relacionadas a fatores exteriores ou inerentes ao individuo, decorrendo de situações adversas à aprendizagem, tais como o abandono escolar, o déficit sensorial, a baixa condição socioeconômica, ou mesmo, problemas cognitivos e neurológicos. Com isso, faz-se necessário esse comentário para um melhor entendimento sobre o tema abordado.
Nesse contexto, esses problemas de aprendizagem são enfrentados pelos professores e alunos do ensino fundamental de muitas escolas brasileiras, e por meio desse estudo objetivou-se demonstrar as principais causas dessas dificuldades de aprendizagem, trazendo metodologias que podem ser trabalhadas minimizando esse problema, evidenciando, também, a importância da família no acompanhamento escolar.
Uma forma de fazer acontecer a aprendizagem significativa dos alunos é perceber as dificuldades e atuar de forma apropriada sobre elas, fazendo com que o aluno consiga superar esse problema, que muitas das vezes são causados por déficits cognitivos, físicos e, ou afetivo, representando a investigação, a finalidade de muitos profissionais que acreditam no construir e nas superações que o processo educativo proporciona.
É sabido que o número de alunos que sentem dificuldades em aprender tem aumentado consideravelmente, levando muitos a perderem o interesse pela escola, criando clima de insegurança e perda da autoestima. Com isso, deve-se identificar,apresentar e analisar os motivos que levam esses alunos a sentirem dificuldades em assimilar os conteúdos trabalhados em sala de aula, o que está ocasionando e o que pode ser feito para minimizar, ou mesmo resolver esses problemas.
Nesse entendimento, cabe ao educador diagnosticar pedagogicamente o tipo de problema que o aluno está enfrentando, sabendo que muitas vezes não será tarefa simples, e que, quando perceber que alguma coisa não está dentro da normalidade com o aluno, que o mesmo não está tendo um bom rendimento, será necessário procurar conhecer as causas dessa dificuldade ao invés de criticar ou achar que é má vontade, ou mero desinteresse.
Define-se aprendizagem como uma modificação do comportamento do indivíduo em função da experiência adquirida. E podendo ser caracterizada pelo estilo sistemático e intencional e pela organização das atividades que a desencadeiam, atividades que se implantam em um quadro de finalidades e exigências determinadas pela instituição escolar (ALVES, 2007).
Conforme Barros, Pereira e Goes (2008), a aprendizagem é um mecanismo de aquisição de conhecimentos que são incorporados aos esquemas e estruturas intelectuais que o indivíduo dispõe em um determinado momento. Trata se de um processo contínuo que começa pela convivência familiar, pelas culturas, tradições e vai aperfeiçoando-se no ambiente escolar e na vida social de um indivíduo, sendo assim um processo que valoriza as competências, habilidades, conhecimentos, comportamento e tem como objetivo a elevação da experiência, formação, raciocínio e observação.
O processo de aprendizagem define a maneira como os seres adquirem novos conhecimentos, desenvolvendo competências e mudando o comportamento. Trata-se de um processo complexo que, dificilmente, pode ser explicado apenas através de partes do todo.
No entendimento de Piaget (1998), a aprendizagem provém de “equilibração progressiva, uma passagem contínua de um estado de menos equilíbrio para um estado de equilíbrio superior”. Com essa afirmação, percebe-se que a aprendizagem parte do equilíbrio e a sequência da evolução da mente, portanto é um processo que não acontece isoladamente, haja vista que, tanto pode partir das experiências acumulada no decorrer da vida, como também por meio da interação social.
Nesse ínterim, aprender é um processo que se inicia a partir do confronto entre a realidade objetiva e os diferentes significados que cada pessoa constrói acerca de sua própria realidade, levando em conta as experiências individuais e as regras sociais existentes.
No entendimento de Vygotsky (1991), “a aprendizagem é o resultado da interação dinâmica entre a criança com o meio social”, sendo que o pensamento e a linguagem recebem influencia do meio em que convivem, nesse sentido o funcionamento cognitivo da mente está relacionado à reflexão, planejamento e à organização das estruturas lógicas e vai adequando-se a mediação simbólica e social.
Portanto, o contexto metodológico engloba o que é ensinado nas escolas, sua relação com valores como pertinência e significados, sendo que, o fator decisivo nesse contexto é a unificação dos objetivos, métodos e conteúdos, onde o professor deve despertar no aluno o interesse em aprender, e superar as dificuldades encontradas, para que esses problemas não sejam de ordem pedagógica. A metodologia está também intimamente ligada à noção de aprendizagem, pois só a estimulação e a atividade em si não garantem que a aprendizagem se opere.
Uma das situações preocupantes para os professores que trabalham hoje no Brasil com a educação do ensino fundamental, são os problemas relacionados às dificuldades de aprendizagem escolar dos alunos. Dificuldades que podem ser percebidas nas crianças que não tem um bom rendimento escolar, mostrando problemas na expressão oral, compreensão oral, expressão escrita, ortografia apropriada, desenvoltura básica de leitura, compreensão da leitura, noção de cálculo matemático e outros.
É trágico, porém real percebermos que números crescentes de crianças não estão realmente disponíveis para a aprendizagem, porque suas vidas são dominadas pelo medo, pela falta de confiança e de segurança, pelos perigos em seus lares ou na vizinhança, dedicando a maior parte de sua energia mental à questão urgente da proteção pessoal. Portanto, se a própria escola não for segura, as perspectivas acadêmicas de todo um grupo estudantil poderão ser prejudicadas.
As dificuldades no processo de ensino e aprendizagem fazem parte do cotidiano dos alunos e do contexto da escola, tais como: dificuldades na escrita, na leitura, na interpretação, no raciocínio, problemas comportamentais, problemas estruturais como a falta de acompanhamento da família na vida escolar dos filhos, a falta de incentivo cultural, alunos não veem a importância da escola para o seu futuro, problemas como o desinteresse em aprender os conteúdos ensinados pelo professor, realidade socioeconômica, entre outros problemas.
Contudo a escola necessita rever estratégias, transformar suas aulas e suas atividades pensando em todos os alunos, garantindo que todos eles possam se desenvolver na aprendizagem e na aquisição de conhecimentos. É necessária, uma aproximação entre família e escola, um maior incentivo ao aluno por parte da família, professores bem preparados para lidar com essas dificuldades, buscando melhorias tanto nos métodos de ensino quanto na parte psicológica de seus alunos.
Com isso, é de fundamental importância, também, à contribuição significativa dos órgãos governamentais, para maior e melhor estruturação da educação brasileira, buscando minimizar as desigualdades e promovendo o acesso à educação de forma democrática e igualitária para todos os setores da sociedade.
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