Substituir um automóvel pela bicicleta tem uma série de vantagens: é muito mais econômico, saudável e ecológico. A maioria das cidades brasileiras, no entanto, não está adaptada aos ciclistas por conta da pouca infraestrutura específica. Nós em Imperatriz não temos uma ciclovia, seja pela falta de costume dos motoristas que não respeitam o ciclista no seu dia a dia, que tem a bicicleta como meio de transporte alternativo para o trabalho. Os logradouros privados, públicos e praças não possuem estacionamento específico. Aqui falta tudo: sinalização, fiscalização e conscientização do poder público e da iniciativa privada para se criar espaços específicos para se praticar o esporte ciclismo. Existem campanhas anuais de conscientização popular em que o passeio ciclístico é usado para divulgar uma ideia ou fato relevante de Imperatriz.
Para quem está prestes a completar 18 anos e pensa seriamente na possibilidade de aderir ao crescente movimento de ciclistas urbanos, tem várias lojas na rua Ceará e adjacências com opção de compra e vai um aviso: fique sempre atento ao trânsito, que é caótico.  Conversamos com o professor e ambientalista Paulo César da Silva, conhecido por PECÊ, que já pedala na região há bastante tempo, e preparamos algumas dicas para quem vai dar as primeiras pedaladas pela selva de pedra de Imperatriz e adjacências.
* Evite andar colado à calçada. “É importante tomar a pista, ou seja, ocupar pelo menos um terço dela”, explica PECÊ. A ideia é que o carro tenha sempre que sair da pista em que está para que possa fazer a ultrapassagem. Segundo o especialista, que pedala na cidade há mais de 30 anos, esta é uma das principais causas de acidentes envolvendo ciclistas.
* Evite andar na contramão. Algumas pessoas têm a impressão de que andar na direção contrária dos carros e motos é mais seguro, por conta da melhor visibilidade em relação aos automóveis e motos. Segundo PECÊ, no entanto, esta é uma impressão errônea: “É muito mais perigoso, pois a velocidade relativa dos veículos em relação a você está muito maior. As chances de acidentes graves são grandes”.
* Comunique-se sempre com os outros veículos. “Use gestos com a cabeça e as mãos, fale o que você está prestes a fazer”, conta PECÊ. É importante olhar para os outros integrantes do trânsito, como as carroças, carrinhos de mão de ambulantes e pedestres distraídos, para ter certeza de que eles entenderam o recado.
* Redobre a atenção na hora de cruzar uma ponte. Segundo o especialista, esta é uma das situações mais perigosas que um ciclista pode enfrentar, por isso ele dá a dica: “A diferença de velocidade (entre a bicicleta e o carro) é muito grande. Aumente a velocidade, tome a pista e sinalize bem. Ele ainda acrescenta: “Depois que você conseguiu atravessar uma ponte, você pode ficar mais tranquilo”.
* Planeje o trajeto. Provavelmente, os lugares para os quais você irá serão sempre os mesmos. Neste sentido, vale pesquisar qual a melhor opção para uma bicicleta. “Opte por caminhos mais tranquilos, como fora do Centro  ou que tenham uma descida, isso facilita muito a sua vida”, garante Paulo César.
* Fique sempre visível. Roupas claras sempre ajudam e, à noite, atenção redobrada. “Use luzes, refletores e sinalizadores nas rodas para que você seja visto pelos outros”, explica.
* Encontre uma bicicleta que se adapte às suas necessidades. Existe uma série de opções no mercado, principalmente pela internet. Vale fazer uma boa pesquisa antes da compra e conversar com ciclistas mais experientes para orientar e completar a aquisição.
* Para-lamas são importantes para dias chuvosos – capa de chuva também! O acessório evita que a água rebata em você, mas sair ileso é impossível. “Leve uma muda de roupas secas na mochila, você vai precisar”, aconselha o ciclista.
* Comece por trajetos simples. Não adianta querer cruzar a cidade nos primeiros dias de bicicleta. “Com mais experiência, pode partir para trajetos maiores, como pegar a balsa no rio Tocantins para a Bela Vista, em São Miguel, ou ir para o Camaçari usando a avenida Pedro Neiva de Santana”, diz Paulo César.
* Seja gentil no trânsito, violência não ajuda em nada. “É importante sair do ciclo vicioso de reagir com violência às outras pessoas. Tem que manter sempre o respeito mútuo”, explica o ambientalista PECÊ.

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