Raimundo Primeiro
Será lançado hoje, às 19h, na sala de reuniões da Academia Imperatrizense de Letras (AIL), o livro “Dialética da Fé”, escrito por Gedeão Dias Chaves e publicado pela Ética Editorial, de Imperatriz, que narra a história de uma família, cuja personagem principal da clã protagonizada na obra abandonou suas terras, com fazenda, bens, tudo em busca de conhecimento, de melhores dias seus para os filhos, ou seja, suas futuras gerações, vindo a fixar residência em Imperatriz. Os esforços empreendidos não foram em vão.
A decisão em substituir o ter pelo ser implicou em dias difíceis, entretanto não obstante ao desafio maior: obter conhecimento e vencer em futuro não muito distante, consolidando ainda mais a tradição e o histórico de trabalhadora da família determinada a ir mais longe, por meio do conhecimento. Não esmorecer-se ante as adversidades da vida.
Gedeão é sertanejo de nascimento, conhece muito bem os percalços enfrentados pelos conterrâneos daqui e de outras plagas. Sabe quão sofre a gente nascida e que vive em nosso torrão. Um rincão, obviamente, abençoado e decorado por uma paisagem exuberante, que muitos encantou e continua encantando. Quis alçar voos mais altos e conseguiu. Os desafios, as dificuldades, os altos e baixos, foram inúmeros. Porém, manteve-se sempre otimista, confiante.
O autor de “Dialética da Fé” é natural de Cocal, em Grajaú (MA), tendo nascido em 1949. Filho dos lavradores José Ferreira Chaves, o Zeca Chaves, e Saturnina Dias Chaves, a dona Lindô (in memoriam), teve de percorrer, ou como ressaltam os mais antigos (caso de meu avô, o baiano Napoleão, por exemplo), “lutar bastante, correr sem olhar para trás, pensando firme nos próximos passos.
Gedeão, antes de vir para Imperatriz, morou em Amarante (MA). Concluíra seus estudos no antigo Ginásio Bernardo Sayão, tendo como colega de sala o médico e atual prefeito do município, Sebastião Torres Madeira, que também foi seu colega de trabalho na Casa Chaves, empresa que pertencia a sua família, com o gestor da cidade morando na casa dos pais do autor por cerca de três anos, até mudar-se para Fortaleza (CE) e Gedeão para Goiânia (GO), em busca da realização do sonho de formar-se, ter curso superior.
Ao concluir o curso de Medicina, em 1977, pela Universidade Federal de Goiás (UFG), trabalhou como técnico em raio x. Em busca de novos e promissores horizontes, sobretudo no que concerne a estabilização profissional, não ficou inerte, vendo o tempo passar. Decidiu, em 1980, morar em Vanderlândia (TO), ficando na cidade do vizinho estado por cerca de três anos.
Foi mais adiante ainda. Uma espécie de desbravador dos tempos, de regiões e, principalmente, de ideais. E não abria mão de seus princípios e disposição. Sempre na vanguarda, em 1980, mudou-se para Tomé-Açu (PA), cidade na qual continua morando. No Pará, foi deputado estadual por dois mandatos, entre 1992 e 1998. Em 1991, foi eleito prefeito de Tomé-Açu, exercendo o mandato durante o período de 2001 a 2004.
Gedeão dedica “Dialética da Fé” para seus pais, observando: “Aos personagens reais e imaginários descritos ou citados nesta obra, especialmente aos meus genitores, mesmo póstumos, Zeca Chaves e Lindô, pessoas cujos bustos mereciam ser fundidos em ouro imarcescível e suas estátuas colocadas na escola da vida, como exemplo altruísta de grandeza”.
Há dias, a obra de Gedeão é esperada em Imperatriz, já recebendo comentários positivos por parte de alguns leitores, “pessoas habituadas com as cousas e lousas da nossa literatura regional”. Trata-se de um livro vindo à baila sob os auspícios de um sertanejo que queria fazer ecoar seus sentidos e, digamos, “sofrimentos” de um passado não tão remoto; tirar do recôndito de seus sentimentos uma época sem retorno, que ficara em passado cuja lembrança vale a pena. Mostra que, apesar de tudo, tudo vale a pena quando a vida não é pequena.
“Dialética da Fé” chega ao mercado editorial por meio da editoria que já fez ficar conhecido meio mundo de escritores locais e regionais. A Ética, de Alberto Franklin, também merece os parabéns pela qualidade da obra que coloca hoje no mercado editorial tocantino. Mais uma prova inconteste de que na terra do frei tem talento para ir além fronteiras, sem deixar nada a desejar ao que acontece em outras regiões do Brasil.
“Dialética da Fé” espera por você!
Uma excelente leitura e até logo mais à noite, na AIL, durante a sessão solene de lançamento e autógrafos!
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