Palestras, apresentações culturais com teatro e dança são algumas das atividades usadas para chamar a atenção da comunidade na abordagem sobre o trabalho infantil

Em alusão ao Dia Mundial de Combate a Erradicação do Trabalho Infantil (12 de junho), desde o início deste mês a Secretaria de Desenvolvimento Social - SEDES, através dos Centros de Referência de Assistência Social - CRAS e dos Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) para crianças e adolescentes de 6 a 17 anos, passaram a intensificar as ações sobre o tema.

Palestras, apresentações culturais com teatro e dança são algumas das atividades escolhidas para chamar a atenção da comunidade na abordagem sobre o trabalho infantil, algo que infelizmente, mesmo em percentual muito pequeno, ainda existe na cidade e no país.
Cumprindo o cronograma de atividades, esta semana os polos do SCFV dos bairros Vila Vitória, São José e na Lagoa Verde recebem a equipe de palestrantes.
Jackeline Teixeira, psicóloga do CRAS Bacuri e uma das palestrantes, observa que trata-se de uma problemática que precisa ser combatida não só pelo poder público, mas pela própria família.
"As atividades que estamos desenvolvendo são mais uma forma que encontramos de conscientizar os pais, a comunidade e até as próprias crianças que utilizam nossos espaços de convivência, frisando a importância de ser criança, de brincar, do porquê que uma criança não deve trabalhar", declarou.
A psicóloga esclareceu ainda que está aproveitando para apresentar a própria cartilha do Ministério do Trabalho e Emprego que explica a legislação que ampara a criança ao não trabalho e mais 10 razões prejudiciais à criança que prática o trabalho infantil.
"São 10 razões, nas quais estão: o desenvolvimento físico; cognitivo; órgãos e sentidos da criança e outros problemas de aspectos sociais e psicológicos. É importante que a criança não trabalhe, porque, na verdade, seu dever é de brincar, estudar e se desenvolver para que no tempo certo ela tenha condições e capacidade de adquirir um trabalho digno", reforçou Jackeline.
Francisca Coelho, com duas filhas no SCFV, garante que absorveu muitas informações durante a palestra, sobretudo em relação ao bem estar dos filhos. "Tem muita mães que por alguma necessidade colocam seus filhos para trabalhar. Eu não concordo em colocar uma criança para trabalhar, porque como foi dito na palestra muitas vezes até adoece a criança".
O SCFV do bairro Beira-Rio, referenciado pelo CRAS Bacuri, atende 80 crianças diariamente e foi um dos primeiros programas a receber as atividades do dia 12 de junho. Segundo a diretora do polo, Jordelma Carvalho, trata-se de uma abordagem de extrema necessidade para a comunidade daquele bairro.
"Sabemos que lugar de criança é na escola e no contraturno, em qualquer outro lugar, menos trabalhando. Por isso, fizemos questão de convidar as mães dos bairros Beira-Rio e Caema por serem comunidades mais vulneráveis. Mesmo com o polo aqui pertinho deles, ainda há aquelas pessoas que preferem seus filhos trabalhando do que no nosso espaço, tendo uma aula de reforço ou uma recreação. É nesse momento que atuamos mais especificamente, fazendo o possível para orientar a comunidade que criança precisa ser tratada como criança. Criança tem que estudar e brincar e não trabalhar", finalizou. (Sara Ribeiro - ASCOM)