Hemerson Pinto

A notícia encheu de alegria a família, amigos, a direção e funcionários da Unidade Prisional de Ressocialização de Imperatriz. Dos 68 internos que fizeram o Exame Nacional do Ensino Médio na edição destinada a pessoas privadas de liberdade, o Enem PPL, cinco foram mulheres.
Uma delas, Vanessa, que há dois anos e seis meses cumpre pena sob acusação de tráfico de drogas. Ela fez 800 pontos na redação, o que a credenciou a uma das vagas do curso de Serviço Social por meio do ProUni. A bolsa integral é para uma das faculdades de Imperatriz.
Ao receber a notícia da aprovação, a direção da Unidade conversou com a jovem, que autorizou a matrícula na instituição de ensino. O curso não é exatamente o que ela quer num primeiro momento, mas está decidida: “Vou fazer, concluir, trabalhar na área e pagar um curso de Nutrição. Esse, sim, é o meu sonho”.
As aulas vão iniciar na próxima segunda-feira e, por enquanto, Vanessa vai aguardando uma resposta da Justiça, se vai ou não liberar a interna para cursar o ensino superior. A direção da Unidade de Ressocialização aposta no bom comportamento de Vanessa dentro da unidade, no fato de ser primária, e já buscou apoio do Ministério Público e das Varas Criminais com o objetivo de obter uma resposta favorável à detenta.
A mãe de Vanessa também está confiante, acreditando na filha que, segunda ela, “sempre foi muito estudiosa e antes mesmo de entrar nessa situação, fazia curso técnico e já sonhava com uma faculdade. Nunca desestimulei nem ela. Conseguiu fazer a prova, foi aprovada pelo ProUni e nós queremos acreditar que a Justiça vai colaborar. Ela agora vai ter um novo rumo na vida. Está determinada”, diz.
E Vanessa: “Quero esquecer o que passou. Tenho uma nova meta agora. E o que digo a pessoas que estão na mesma situação que a minha é que estudem. Estudem. O estudo abre portas”, disse à nossa reportagem.