Gerente regional da Caema, João Serra

Geovana Carvalho

Segundo dados da Caema (Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão), por dia são produzidos 96 mil metros cúbicos de água tratada em Imperatriz. Desse total, estima-se que mais de 50% se perde em encanações clandestinas, desperdício doméstico e por vazamentos na produção - lavagem de filtros e decantação. No entanto, esse número pode ser muito maior.
Em Imperatriz não se tem uma estimativa real da quantidade de água tratada desperdiçada. O gerente regional da Caema, João Serra, diz que são poucas as residências que possuem hidrômetros (relógios) e, por conta disso, torna-se difícil precisar os números do desperdício no município. “Estamos elaborando um projeto técnico para a melhoria e ampliação da rede de água e esgoto. Na tentativa de controlar as perdas, [o projeto prevê] a instalação de ‘relógio’”.
Outro fator que contribui para o elevado nível de desperdício é a falta de consciência da população. É o que explica o coordenador de operação, Walterlício Goiabeira Júnior: “As pessoas pensam que por pagarem a água [podem desperdiçar], muitas vezes para instalar o relógio temos que acionar a polícia”. Walterlício Goiabeira afirma que a Companhia desenvolve programas educativos em parceria com escolas. “As crianças da educação infantil e ensino fundamental visitam a estação de tratamento. Elas acompanham todo o processo de tratamento. Elas são agentes multiplicadores, falam para evitar banho prolongado, ao pai para não se barbear com a torneira ligada, à mãe para evitar deixar a torneira aberta sem necessidade”.
De acordo com João Serra, no período chuvoso a captação de água funciona com duas bombas e abastece tranquilamente a cidade. Na estiagem, entre os meses de junho e novembro, é necessário ligar uma terceira bomba e, mesmo assim, há reclamações de falta d’água. “Nesse período toma-se mais banhos, usa-se mais água, lava-se mais o carro. Pedimos pelo amor de Deus que economizem água, é um bem muito caro para ser desperdiçado. O tratamento, o transporte e a entrega são muito caros”. João Serra comenta ainda que nos próximos dias será lançada campanha junto à população no sentido de conscientizá-la sobre a necessidade de poupar água. Ainda conforme o diretor, um risco de colapso no sistema sempre existe, no entanto a colaboração de todos, principalmente nesse período, ajuda a afastar essa possibilidade.