Situação denunciada pelo Jornal O PROGRESSO revelou que abandonado o histórico imóvel tinha virado um depósito de lixo de toda natureza, além de abrigo para usuários de drogas e assaltantes, uma ameaça para a saúde e a integridade física dos moradores do setor. Ontem pela manhã, a Terra Escavações, contratada pelos proprietários, deu início ao processo de demolição.
Os proprietários do imóvel, segundo informou a secretária municipal do Meio Ambiente, Rosa Arruda, foram notificados a não só promover a demolição das ruínas, mas também higienizar e murar o local. "Nós fomos contratados para fazer apenas a demolição. O muro deverá ser feito por outra empresa", informou Liderlei Cláudio Camargo, o proprietário da empresa.
Surpreendidos pela chegada dos operários e o equipamento de demolição, diversos usuários deixam assustados as dependências do imóvel. Alguns ainda sob efeito do uso de crack, demoraram um pouco a perceber que o local estava sendo demolido.
Abandonado, as paredes laterais da antiga casa noturna já havia ruído, abrindo espaço para a acomodação dos usuários de droga {muitos até dormiam no local} e para um depósito de lixo. Depois que a situação foi denunciada por O PROGRESSO, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente cuidou de identificar e localizar os atuais donos do terreno, que residem em São Luís, e assim puderam ser notificados para adotar as providências para sanar a situação.
Como instrumentos de ação nesse tipo de situação a Prefeitura dispõe, entre outros, da aplicação do Estatuto da Cidade, do Código Civil e do Código de Posturas do Município. Em casos extremos de descumprimento dos mandamentos legais requeridos por essa espécie de caso, é prevista até mesmo a desapropriação do imóvel caso este deixe de cumprir com sua função social e ocasione problemas de ordem ecológica, estética, sanitária e de segurança em razão do abandono de prejuízos à vizinhança e coletividade.
História no Chão
Com a demolição da antiga Texana, a cidade perde mais uma construção histórica.
Embora ao longo dos anos o imóvel tenha sofrido algumas intervenções estéticas, segundo o jornalista Armando Milhomem a base ainda guardava o conceito arquitetônico contratado pelo então empresário Manoel Ribeiro, que por muitos anos ali alicerçou (década de 1960) um dos maiores atacadistas da região. Segundo Milhomem, até subsolo a histórica construção tinha.
Manoel Ribeiro, proprietário originário do imóvel, além de grande empresário, ainda enveredou pela política. Foi em determinada ocasião candidato a prefeito, sendo derrotado, segundo o jornalista Domingos Cezar Ribeiro, pelo coronel Eurípedes Bernadino Bezerra, que acabou renunciando ao cargo.
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