A mesa diretora presidida pelo vereador Rildo Amaral
Os estudantes universitários Thalita (Química) e...
Nailson (Engenharia Florestal) fizeram protesto e cobranças

Domingos Cezar

A Câmara Municipal de Imperatriz realizou durante toda a manhã dessa quinta-feira (22) – Dia Mundial de Água – a mais concorrida audiência pública realizada este ano, com a participação de políticos, ambientalistas, professores, estudantes e pessoas interessadas nas questões ambientais. A audiência foi solicitada pelo vereador Francisco Rodrigues, o Chiquim da Diferro (PMN), e coordenada pelos vereadores Rildo Amaral (PDT) e Pastor Luis Gonçalves (PDT).
O debate já iniciou acirrado, quando Chiquim da Diferro, vereador que propôs a audiência e primeiro a se pronunciar, falou da importância do evento, mas reclamou da ausência da maioria absoluta dos convidados, principalmente dos deputados (estaduais e federais) que representam o município de Imperatriz. Presente à audiência, apenas o deputado estadual Léo Cunha, ex-presidente e atual membro da Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa.
Representando a ONG Anjos do Rio, João Bosco Brito fez um relato da Declaração Universal da Água, da ONU, que chama a atenção dos governantes dos mais diversos países do mundo para uma reflexão. Da mesma forma, chamou a atenção dos imperatrizenses para que estes tenham uma melhor consciência ambiental no sentido de preservar o rio Tocantins e seus afluentes. “A água é um bem essencial da vida”, alertou o ambientalista.
O ambientalista Domingos Cezar, representando a Fundação Rio Tocantins, fez um resumo da degradação em todo o médio Tocantins e disse que, para ele, só há uma saída: educação ambiental nas escolas de ensino fundamental. A presidente do Conselho Municipal do Meio Ambiente (COMMAM), Ivanice Cândido, fez breve relato da atuação do Conselho e cobrou também uma melhor consciência ambiental, sobretudo, das pessoas que jogam lixo nas ruas e nos riachos.
Por sua vez, o promotor de Meio Ambiente, Jadilson Cerqueira, fez inicialmente uma crítica construtiva ao lembrar que “todo dia é dia da água”. Para ele, a imprensa deveria enfocar essa questão continuamente e não apenas em determinadas datas, a exemplo do Dia Mundial da Água – 22 de março. O promotor fez uma citação das diversas hidrelétricas instaladas no Tocantins, que contribuem para o desequilíbrio da natureza e concluiu que, “se não houver um esforço de todos, não chegaremos a uma solução”, alertou.
Ao se pronunciar, o deputado Léo Cunha também lembrou o elevado número de hidrelétricas construídas no rio Tocantins, fazendo uma citação da hidrelétrica de Estreito, onde, segundo ele, no ano passado houve uma grande mortandade de peixes. Garantiu que enviou relatório ao Ministério do Meio Ambiente e à Presidência da República sobre esse desastre ambiental.
Lembrou ainda os vários riachos que cortam Imperatriz, “os quais estão morrendo em face ao elevado número de poluição”, advertiu. Para Léo Cunha, uma das principais soluções para os problemas desses riachos é canalizar o Bacuri para o riacho Cacau, para depois vitalizá-los e, a partir de então, preservá-los. “Isso torna mais barato e mais viável”, observou o deputado.
A partir de então, o coordenador da audiência permitiu a exibição de um documentário em vídeo produzido pelo repórter Bosco Brito, no qual mostrava as diversas bocas de esgoto que despejam dejetos in natura no leito do rio Tocantins. No vídeo, o repórter fazia cobranças e críticas à administração municipal, cobrando, inclusive, determinados recursos, os quais, segundo ele, deveriam ser investidos no asfaltamento de ruas de Imperatriz.
Por entender que o vídeo em exibição fugia do foco da audiência, o líder do governo na Câmara, vereador Joel Costa, solicitou o cancelamento de sua exibição, “para que possamos continuar com a pauta da audiência que é meio ambiente e não política partidária, como sugere esse documentário”. O pedido foi concedido, sob o protesto de alguns e aplausos de outros. Os estudantes universitários Naílson (Engenharia Florestal) e Thalita (Química), da UEMA, protestaram, porém não apresentaram propostas à coordenação da audiência.
Usaram ainda da palavra os vereadores Raimundo Roma (PSL), Edmilson Sanches (PCdoB), José Carneiro, o Buzuca, (PSDB), José Roberto Gomes, o Zé do Creia (PSDB), e Alberto Sousa (PP). Todos expressaram suas preocupações com as questões ambientais do município, enquanto Alberto Sousa propôs a formação de uma comissão permanente de representantes de órgãos e entidades para tratar dessa questão que, segundo ele, é de interesse de todos. O jornalista Josué Moura falou em nome da imprensa local.