Deficientes auditivos reunidos em frente à Câmara

Hemerson Pinto

Para falar a verdade, o debate sequer aconteceu. Na sessão de ontem, os deficientes auditivos poderiam usar a Tribuna Popular para expor as manifestações levadas à Câmara de Vereadores de Imperatriz na última terça-feira, quando por falta de um intérprete o grupo não teve espaço na casa de leis, que inclusive teve a sessão do dia encerrada antes do tempo.
Quarta-feira não foi diferente. Os visitantes não tinham um intérprete e o profissional da casa, que fazia esse trabalho, pediu demissão na última segunda-feira. A representante de uma entidade de pessoas com deficiência estava presente na galeria e informou que ali existiam pelo menos cinco professores de Língua Brasileira de Sinais, Libras, “mas algo aconteceu para que nenhum deles ajudasse os surdos a se pronunciarem”.
A mesma mulher afirma que no momento em que um dos profissionais tentou usar a tribuna para defender a causa dos que se manifestavam, os deficientes auditivos viraram as costas em sinal de protesto. “Parecia que a classe estava dividida”, comenta a líder de movimento de pessoas com deficiência.
Na opinião da presidente do Conselho Municipal de Pessoas com Deficiência em Imperatriz, “eles se organizaram, encabeçados pelo senhor Isaías Leão, e foi uma confusão que eu não sei qual foi o objetivo dessa vinda à Câmara, não sei o que eles estão reivindicando, porque o conselho não foi procurado, não fui informada sobre esse movimento. Vamos marcar reunião para saber o que eles estão querendo e o porquê dessa reunião. Os intérpretes se opuseram a ajudá-los no momento, também vamos saber o motivo”, conta Viviane Dacon.
Após o encerramento da sessão, também antes do tempo previsto, o grupo de pessoas com deficiência auditiva se reuniu com intenção de ir até o Fórum Henrique de La Rocque. Na próxima semana, o grupo deve voltar à Câmara, desta vez mais articulado.