Willian Marinho
Em entrevista concedida ontem a O PROGRESSO, o presidente do Sindicato Rural de Imperatriz, pecuarista e empresário Renato Pereira, informou que os primeiros reflexos em Imperatriz da crise criada pela operação da Polícia Federal em frigoríficos foi a queda no preço da arroba do boi. De acordo com ele, antes do início da crise, a arroba estava sendo comercializada a 130 reais e agora está sendo a 125 reais, o que representa uma queda prejudicial ao produtor.
“Ao contrário do que muitos imaginam, o ganho do produtor não é grande e quando se vende com queda, o prejuízo é maior, pois a cadeia produtiva é grande e envolve muitos setores”, frisou.
Renato Pereira também anunciou que três frigoríficos em Araguaína suspenderam a compra de gado, o que representa mais problema para o setor do agronegócio na região. “Os frigoríficos suspenderam a compra do boi pela incerteza em suas vendas, pois certamente seus dirigentes devem ter pensado, ‘vou comprar e abater e vender para quem?’”, afirmou.
O pecuarista enfatizou que houve exageros na divulgação do caso, tendo em vista que há mais de quatro mil plantas frigoríficas no País e em 21 deles é que está sendo investigado, um número muito pequeno. Por isso entende que houve, sim, exageros na divulgação e que provocou estragos enormes no setor. “O agronegócio representa uma das grandes forças na balança comercial brasileira e este fato fez com que em quatro dias se perdeu longos anos de trabalho para conseguir entrar nos rigorosos mercados para vender a nossa carne”.
Ele fez questão de afirmar que a carne brasileira é uma das melhores do mundo e tem um controle rígido em sua qualidade, com os produtores trabalhando cada vez mais para proporcionar uma carne nos patamares exigidos por estes mercados e que, portanto, não há porque deixar de comer a carne no Brasil.
O presidente do Sinrural espera que a região não seja atingida em grau mais elevado pela crise e que os produtores demonstram preocupação em desânimo pela determinação que eles se dedicam ao longo dos anos para oferecer uma carne de excelente qualidade higiênica e de proteínas. “Estamos preocupados, sim, já temos os primeiros sinais e esperamos que não sejam ampliadas mais esta crise e que até maio já se possa avaliar todo o impacto e a sua durabilidade”.
Expoimp – Mesmo com esta crise, Renato demonstra otimismo quando se trata da realização da Exposição Agropecuária que este ano será realizada de 8 a 16 de julho. “Nossa expectativa é de que esta crise não se estenderá até julho e sim a maio e que isso não repercutirá na Expoimp. Estamos com todo o calendário da exposição definido e fechando os contratos das atrações, que mais uma vez terá entre quatro a cinco grandes shows e a manutenção do rodeio de quarta a domingo. Ainda não posso divulgar os nomes dos artistas em razão de que estamos assinando os contratos com todos eles”, informou.
Expoema – Outra informação dada é que o Sinrural foi sondado e iniciou conversas preliminares no sentido de sediar no ano que vem a realização da Expoema, que adotou o sistema de realização itinerante e pelas conversas iniciais prevê em 2018 realizá-la no parque de Imperatriz. “Mas faço questão de enfatizar que a Expoimp é a nossa feira e que se realmente confirmar a Expoema será realizada em outro período”.
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