Foi realizada nesta segunda-feira (15), por intermédio do Centro de Referência e Atendimento à Mulher - CRAM, uma palestra sobre Violência Doméstica e Mediação de Conflitos Familiar. Com o tema "Rede de Atendimento", a abertura do diálogo aconteceu na sede do CRAM, que contou com a presença de pelo menos 15 mulheres envolvida em algum tipo de violência (física, psicológica e sexual). O evento contou ainda com a participação da psicóloga Nádja Borges, da advogada Doranisce Menezes, da coordenadora do Centro Sueli Brito Barbosa, da assistente Social Maria da Conceição Chaves, entre outras profissionais que compõem o órgão. O debate serviu para tirar dúvidas de vítimas que vivem sob constante ameaça, muitas vezes silenciosas.
Após sete anos de separação, D. C. S, de 28 anos, diz ainda sentir as lesões sofridas pelo ex-companheiro, com quem conviveu por três anos. Ela diz que convivia com o marido violento, que a agredia todas as vezes que bebia e que, até hoje, constantemente recebe ameaças por parte de seu agressor. "Ele já descumpriu oito medidas protetivas, já perdi a quantidade de vezes que fui agredida verbalmente e fisicamente, venho sendo ameaçada por ele toda vez que me encontra. Pelo status financeiro que possuir, vive prometendo tirar a guarda de minha filha, caso eu permaneça com a medida contra ele", constata.
Segundo a secretária da Mulher Conceição Formiga, as mulheres que são agredidas e denunciam passam a ter um acompanhamento específico, recebendo da pasta acolhimento, apoio psicossocial, jurídico e pedagógico. Porem, o índice de desistência por parte das vítimas é tão alto quanto à quantidade de denúncias. "É bastante comum algumas vítimas abandonar a denúncia ou, ir embora antes mesmo das tomadas jurídicas, por razões que vão do medo, insegurança, filhos ou pela reconciliação com o agressor", conta.
A roda de conversa teve como objetivo orientar as vítimas aos locais de atendimento, encaminhado-as e orientando-as aos serviços de prestação de assistência, bem como conscientizar membros e a sociedade sobre as questões de gênero nas ações de combate a violência doméstica. "Esse é um tema que envolve um seguimento específico, por isso a importância da realização desse encontro por, pelo menos, uma vez por mês, com o objetivo de promover debates e a conscientização em relação à violência sofrida por elas", afirmou a coordenadora Sueli Brito.
Além do tema específico (Violência Doméstica), a palestra abordou ainda, o surgimento da Lei Maria da Penha, normas jurídicas aplicadas em situações de violência e as articulações para as medidas Protetivas de Urgência. Durante o debate, a assistente social Maria da Conceição Chaves falou dos mecanismos de proteção à mulher e do enfrentamento à violência no lar.
O CRAM - Formada por uma equipe multidisciplinar, que inclui: psicóloga, advogada, pedagogas e assistente social, o CRAM é um órgão mantido pela Prefeitura Municipal de Imperatriz, vinculado a Secretaria Municipal de Políticas para Mulher (SMPM), criado especialmente para oferecer um serviço de atendimento à mulher. O órgão consiste numa central de articulação integrada com diversos órgãos governamentais, entre eles: Delegacia da Mulher, Ministério Público do Estado do Maranhão (MP/MA), Defensoria Pública do Estado do Maranhão (DPE/MA), Vara Especializada de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, dentre outros. Atualmente, o local é referência para mulheres envolvidas em situação de violência familiar e doméstica nos programas assistenciais do governo federal, estadual e municipal.
O Centro de Referência e Atendimento à Mulher - CRAM, funciona na Rua Benedito Leite, nº 719, entre as ruas Amazonas e Sousa Lima, Centro, Imperatriz - Maranhão. Fones: (99) 99123-4638/99904-7346. Francisco Lima - Ascom
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