A inspeção da CPI da Caema nos bairros começou na manhã dessa quarta-feira (06), nas Vilas Davi II e Vitória. Os vereadores Carlos Hermes (PCdoB), presidente da Comissão; Aurélio (PT), relator; Rildo Amaral (Solidariedade), Eudes (PTdoB) e Fidelis Uchoa (PRB) conversaram com moradores e técnicos para conhecer melhor as dificuldades trazidas pela falta de água e de esgoto. A CPI investiga o recolhimento e a aplicação de recursos da Companhia em Imperatriz.
Na Vila Davi II, os parlamentares encontraram uma obra da empresa Só Poços Construtora em andamento. Com o descaso da prefeitura e da Caema, a população encaminhou, por meio da Associação Albé Ambrógio, um projeto para o governo do Estado. Com a aprovação, uma caixa d’água de 10 mil litros foi construída e a encanação está sendo colocada. A precariedade incomodou a assessora Ana Caroline Nascimento. “É humilhante a situação das pessoas da Vila Davi pra conseguir água. Caminham em meio a lama, quase impossível a locomoção. Senhoras com idade avançada. É como se fosse a retratação da seca em lugar que não tem seca!”.
O responsável pela estrutura, José Paulino Santos, apresentou o mapeamento das ruas que serão beneficiadas e assegurou que o prazo de entrega é de 30 a 45 dias. Um dos questionamentos levantados pelo presidente da CPI, no entanto, é se essa quantidade de água supre a demanda da população local. Há ainda o fato claro de que a Caema, que tem contrato com o município, não está cumprindo suas obrigações, não só prestando muitas vezes um serviço ruim, como muitas outras deixando de fazê-lo.
A única maneira de a comunidade da Vila Davi II ter água em casa é enchendo baldes no poço artesiano que municia todo o bairro. Na ocasião, a equipe encontrou senhores como Laudeson da Silva e Joaquim de Sousa, que percorrem três quilômetros de carroça duas vezes por dia para levar água para suas famílias e para os vizinhos. Dona Nazaré, 69 anos, já encontra-se há mais de uma década sofrendo com a falta de abastecimento e tem suas suspeitas sobre a obra. “Se eles fizerem do jeito que disseram, vai ser bom, mas duvido que terminem”.
Vila Vitória
“A Caema não existe na Vila Vitória!”. Com essas palavras, Carlos Hermes resumiu a situação encontrada no segundo bairro visitado na manhã. Um poço de 365 metros de profundidade e uma caixa d’água com capacidade para 300.000 litros foram construídos no local com apoio do Rotary Club e depois passaram a ser de responsabilidade do município. Mas, segundo o senhor Francisco da Silva, que trabalha no local desde a construção da estrutura, “ela foi planejada para 300 mil famílias por 10 anos, agora o bairro cresceu e não dá conta mais”.
De acordo com Moisés Oliveira, operador da estação, “o poço foi construído afunilando, não seca, mas não há vazão pra encher rápido a caixa de água, demora 20 horas pra isso”. Enquanto os reservatórios abastecem, os moradores são submetidos ao racionamento, tendo água duas vezes por dia, sendo apenas 30 minutos pela manhã e 40 minutos à tarde. (Juliana Carvalho)
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