Domingos Cezar

Com apoio logístico da Embrapa Meio Norte, será implantada, no próximo sábado (18), a Cooperativa de Trabalho Sisal Ouro Verde, onde se pretende avaliar de forma partilhada com os pequenos agricultores familiares, de vários assentamentos da reforma agrária onde possui mais de um milhão de pessoas, das quais mais de 16% morando no campo.
Herbert de Oliveira, autor e idealizador do projeto Sisal no Maranhão, informa que 35 municípios foram regionalizados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para plantar a cultura do sisal com apoio da Secretaria de Política Agrícola, por meio da Portaria nº 346, de 18 de abril de 2011, publicada no Diário Oficial da União de 19 de abril de 2011.

Municípios aptos ao cultivo

Alto Parnaíba, Amarante do Maranhão, Arame, Balsas, Barão de Grajaú, Barra do Corda, Benedito Leite, Buriti Bravo, Colinas, Feira Nova do Maranhão, Fernando Falcão, Formosa da Serra Negra, Fortaleza dos Nogueiras, Governador Luiz Rocha, Grajaú, Jatobá, Lagoa do Mato, Loreto, Mirador, Nova Colinas, Nova Iorque, Paraibano, Passagem Franca, Pastos Bons, Sambaíba, São Domingos do Azeitão, São Domingos do Maranhão, São Félix de Balsas, São Francisco do Maranhão, São João dos Patos, São Pedro dos Crentes, São Raimundo das Mangabeiras, Sítio Novo, Sucupira do Norte e Sucupira do Riachão.
A viabilidade do cultivo do sisal marcará a introdução de uma atividade produtiva capaz de contribuir com a geração de emprego e a renda dos agricultores familiares no estado do Maranhão, além de reduzir a prática da agricultura itinerante dos agricultores, pois o sisal é uma cultura permanente, e que receberá nas suas entrelinhas culturas alimentares como o feijão, milho, mandioca, abóbora, gergelim, arroz, amendoim, mamona, além de fruteiras e do algodão, podendo ser utilizado como área de pastio para caprinos, ovinos e bovinos, logo após a colheita das lavouras consorciadas”, comenta Oliveira.
Ele ressalta que, em sendo o sisal uma cultura de uso permanente da terra, os agricultores não poderão utilizar o fogo, reduzindo assim drasticamente a prática das queimadas desordenadas que ainda continuam ocorrendo no estado. Outro ponto destacado por Helberth de Oliveira é a questão dos mercados da produção dos agricultores familiares, sendo no caso da produção de sisal no Maranhão, focado para o suprimento do mercado de fibra para a indústria automobilística, onde a fibra do sisal foi testada e aprovada como a mais apropriada para uso como componente de peças diversas dos automóveis.
“Com foco neste mercado promissor, e a possibilidade de construção de uma cadeia produtiva capaz de gerar emprego e renda para os agricultores familiares do Maranhão, em especial aqueles que lidam nas áreas de assentamentos da reforma agrária, que precisam utilizar a força da sua mão de obra como geradora do seu sustento, garantindo assim a sua permanência produtiva no campo. É com esta lógica que o projeto vem sendo trabalhado”, conclui Helberth de Oliveira.