Washington Diniz, assessor jurídico do Sindicato dos Urbanitários do Maranhão

Durante audiência pública realizada na Câmara Municipal de Imperatriz sobre o aumento dos preços da Companhia Energética do Maranhão (Cemar), o Sindicato dos Urbanitários do Maranhão (STIU) apresentou dados alarmantes sobre o setor energético e a possibilidade de os consumidores sofrerem com um aumento ainda mais expressivo na conta de energia, caso ocorra a privatização da Eletrobrás. 
O diretor jurídico do sindicato, Wellington Diniz, destaca que "aumentos exorbitantes no valor da energia elétrica privam as pessoas de terem uma vida digna, especialmente aquelas de baixa renda, indígenas e quilombolas. Os altos preços adotados pela Cemar, inclusive, descumprem um dos pilares que sustentam a legislação do setor energético, que é uma tarifa por preços acessíveis".
A crítica girou em torno de uma informação fornecida pela própria Cemar, quando afirma que um dos valores da empresa é a "obstinação pelo lucro" e tem como missão ser a "empresa mais rentável" do país. No entanto, como explica o sindicalista, "energia não deve ser tratada como mercadoria, pois é um bem comum".
Em meio a denúncias de aumento abusivo nas contas de energia no município, destacam-se casos como o da senhora Terezinha de Jesus, que mora sozinha e trabalha fora durante o dia e a tarde, retornando à residência apenas às 18h. O valor da conta de Terezinha saltou de R$ 274,90 para R$ 512,68 em apenas um mês, o que, segundo ela, "é um absurdo e precisa de uma explicação".
Para colaborar em casos como esse, o sindicato informa que será encaminhada uma relação de propostas aos vereadores de Imperatriz, como a aferição de medidores digitais com acompanhamento de perito independente e a transparência da medição por média de consumo, entre outras. O diretor jurídico, que reside em São Luís, também se comprometeu a participar de reuniões da Comissão de vereadores que encaminhará a temática.
Diniz explica que propostas do governo Temer podem aumentar ainda mais o preço da energia. Uma delas é a alteração do marco regulatório do setor energético, que exige preços acessíveis, mas com as alterações, poderá sofrer um aumento até cinco vezes maior. E ainda, a privatização da Eletrobrás. Inclusive, um dos interessados na compra da Eletrobrás é o grupo Equatorial, o mesmo que detém a Cemar. 
"A privatização das estatais prevê a energia como uma mercadoria, ou seja, não deverá necessariamente adotar um preço acessível a toda a população e programas como o Luz para Todos chegará ao fim. Precisamos sair das redes sociais e estar presente fisicamente na busca por uma melhor qualidade de vida", alerta Diniz. (Assessoria)