Cais do Porto ontem pela manhã: o rio ainda estava cheio
Porto da Balsa: as casas foram invadidas pelas águas
Bombeiros monitorando a enchente

Sem uma avaliação ou comunicado com antecedência aos órgãos de Defesa Civil da região ribeirinha do rio Tocantins, situados abaixo da Hidrelétrica de Estreito, o consórcio responsável pelas obras e o funcionamento da usina de energia, situada a 130km de Imperatriz, abriu suas comportas a partir da quarta-feira da semana passada e em maior volume no sábado e domingo, capaz de provocar a invasão de toda a região ribeirinha do rio Tocantins em função de a vazão atingir 12 mil metros cúbicos por segundo.
A direção da empresa informou à Defesa Civil de Imperatriz na noite de sexta-feira que estaria liberando um volume maior de água em decorrência de não poder suportar mais segurar a vazão. Ocorre que até a quarta-feira da semana passada a empresa segurou um maior volume de água no lago e em alguns pontos do rio Tocantins apareceram praias. Enquanto segurou no meio da semana demais, o consórcio - a partir da quinta-feira - “exagerou” e o ponto máximo foi na tarde de sábado, 7, e no domingo, 8, em que o nível do rio chegou ao pique máximo da enchente do ano passado, 8.7 metros.
Diante da subida repentina, a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros não puderam agir para evitar que duzentas e trinta famílias fossem pegas de surpresa e expulsas de suas casas, especialmente nos bairros da Caema e Porto da Balsa. Ontem pela manhã, equipes dos Bombeiros estavam monitorando a situação.
De acordo com a Tenente Kátia, do Corpo de Bombeiros, o nível do rio havia recuado em quarenta centímetros na manhã de ontem e a previsão é de que nestes três dias até a próxima quinta-feira esteja com mais de cinco metros abaixo. “No entanto, não é uma certeza, porque a Ceste vem promovendo um ciclo de vai-e-vem no rio e pode ser que no meio da semana tenha que voltar a liberar água em grande quantidade e, com isso, repetir a enchente desse final de semana”, disse.
A oficial informou que o consórcio informou que o volume de água liberada em grande quantidade foi em decorrência de que não teria mais condições técnicas de suportar o grande volume acumulada no lago do Estreito.
O que as autoridades deverão solicitar da Ceste são explicações dos motivos pelos quais não houve previsão da vazão com antecedência para evitar os prejuízos provocados aos ribeirinhos e que os municípios arcarão.