A luta contra a escravidão, contra a discriminação e torturas nas senzalas e nos troncos era a razão pelo qual Zumbi dos Palmares, líder negro, lutava no Brasil Colonial. Para relembrar essa resistência foi criado o Dia da Consciência Negra, em 20 de novembro, data que homenageia o dia da morte de Zumbi. Essa data é destinada a atividades de conscientização e resgate das raízes do povo afro-brasileiro.
Se para Zumbi a luta era contra a escravidão e as torturas, para os negros de hoje a luta é por mais acesso à educação, ao mercado de trabalho e contra o preconceito.
No Brasil, como uma forma de suavizar as injustiças históricas, foram criadas as cotas nas universidades para garantir o acesso dos negros à educação superior. Do ano de 2007 até 2011, um total de 2.547 estudantes ingressaram no curso superior pelo sistema de cotas negro na Universidade Federal do Maranhão (UFMA).
Na Campus da UFMA de Imperatriz, o grupo de pesquisa e extensão Alcântara-Maranhão (Alma) realiza um trabalho que tem como objetivo resgatar a história das comunidades quilombolas do município de Alcântara. Os trabalhos desenvolvidos nas comunidades são divididos em quatro linhas de ação: saúde, educação, memórias e diversidades culturais e desenvolvimento sustentável.
A professora Herli Carvalho coordena o equipe composta por estudantes e professores de sete cursos da UFMA, mais o Centro de Cultura Negra Negro Cosme e o Instituto Federal do Maranhão (IFMA), alunos do ensino médio de Alcântara, além de professores e líderes comunitários das comunidades quilombolas de Alcântara. Ela explica a importância de se discutir e lutar por direitos que não fazem parte da realidade do negro hoje. “Por meio de ações e eventos que discutem o tema consciência negra, o grupo ‘Alma’ está conseguindo mostrar para a sociedade imperatrizense que as lutas por igualdade racial dependem da conscientização e engajamento de todos”.
O projeto dos alunos Marisvaldo Silva Lima e Sabrina Chamorro, que participam do programa Pet Conexões, estuda o acesso de alunos negros na universidade e traça o perfil socioeconômico dos estudantes da UFMA Campus Imperatriz. Para Marisvaldo, o projeto presta um serviço à comunidade, pois visa verificar se a aplicação de políticas garante o ingresso das minorias sociais.
Na cidade de Imperatriz, devido a uma lei municipal, comemora-se desde 2001, durante o mês de novembro, a “Semana de Consciência Negra”. O Centro de Cultura Negra Negro Cosme realizou nos dias 14 a 20 de novembro a Semana de Consciência Negra, que levantou a discussão sobre o “Ano Internacional dos Afro-descendentes” nas escolas, com palestras e ações públicas divulgando os trabalhos realizados nos dias de evento. (Ascom UFMA)