Raimundo Primeiro
Os tempos passaram, são outros, ainda bem. A propósito do transcurso do Dia Internacional da Mulher, domingo, 8 de março, faz-se necessário trazer à tona que a sociedade sentiu a necessidade de valorizar a participação da mulher no seu processo de evolução. Elas - captando bem a mensagem - correram atrás, galgando posições, como vemos atualmente, as mais distintas possíveis. E estão conquistando, obtendo êxito em suas ações.
Hoje, a mulher está adotando, cada vez mais, uma postura atuante, não apenas pelos seus próprios esforços, mas também pelas exigências do mundo moderno, que obrigou os homens a abrirem mão de sua atitude dominadora e caminharem no sentido de uma parceria necessária e enriquecedora.
Compromisso - Como bem ilustra matéria publicada pela Revista "Dicas de Emprego", os motivos que levam a mulher ao mercado de trabalho estão cada vez mais relacionados com a necessidade de ajudar na renda familiar. Hoje em dia, o mercado de trabalho está restrito e é comum mulheres assumirem as despesas da casa quando os maridos perdem o emprego. Em muitos casos, é a mulher quem trabalha fora e o marido fica com os filhos.
Em Imperatriz, muitas organizações reconheceram o potencial do sexo feminino, já que, em muitos casos, elas têm condições de disputar em igualdade - e muitas vezes - com superioridade um determinado emprego ou cargo. A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) reforça esse ponto de vista ao manter em seus quadros muitas mulheres, algumas delas, inclusive, gerindo competentemente os destinos da entidade.
Liderança - A demonstração da força, da competência e do poder de liderança da mulher, quebrando paradigmas e reafirmando-se cada vez mais no dinâmico mundo do trabalho. Elas merecem mais que o sol, como enfatiza a antiga máxima.
As mulheres seguiram a máxima de que "só é vencido aquele que admite a si mesmo que está derrotado". Por isso, foram à luta, correram e permanecem em busca da consolidação de seus ideais, de espaços cada vez mais expressivos na sociedade, trazendo à tona determinação, competência e uma inarredável disposição de cada vez mais poder contribuir com o processo de crescimento do planeta, possibilitando mais qualidade de vida para os seus semelhantes.
A CDL Imperatriz é gerenciada por uma mulher, a administradora de empresas Aécia de Paulo.
Avanços - Sobre o Dia Internacional da Mulher, sexta-feira, 8 de março de 2020, as imperatrizenses ouvidas pela reportagem de O PROGRESSO afirmaram que os avanços em favor das lutas que elas empreendem há anos, ainda são inferiores aos índices que esperam atingir, principalmente em relação à conquista de itens considerados imprescindíveis para o até recentemente considerado "sexo frágil", como diz a letra da música do cantor e compositor Erasmo Carlos, caso dos direitos humanos, por exemplo, já que a cada dia, cinco mil mulheres são vítimas, conforme levantamento, de algum tipo de violência praticada por seus maridos, amantes, companheiros etc... enfim, pelos homens que vivem com elas. Para a dona-de-casa Cláudia Freitas, residente na Rua Benedito Leite, Centro, muita coisa ainda tem de ser feita para que a mulher, de fato, conquiste espaços importantes na sociedade.
"Concordo que nós já conseguimos muitas coisas, mas a luta tem de continuar para que as mulheres permaneçam aumentando os seus espaços de ação, com participação ativa e decisiva nos mais diversos setores", destaca Carla Antunes, acrescentando que, em Imperatriz, por exemplo, as mulheres ainda têm atuação ínfima, pequena realmente, em setores vitais, entre eles o dos negócios, da indústria, das empresas.
Orgulho - Para Andréia Lira, secretária executiva da CDL Imperatriz, as mulheres estão firmes na luta que empreendem. Ela não mede o orgulho que tem ao falar de atividades desenvolvidas hoje na cidade por várias instituições que têm sob o seu comando alguma mulher.
O jornalista, pesquisador e ex-vereador Edmilson Sanches, ressalta que, durante dez mil anos, as mulheres sofreram da maneira mais primitiva e cruel possível, ressalvando que, só a partir de poucos anos atrás, é que elas vêm dando uma nova maneira, uma nova visão para as relações entre o gênero masculino e o feminino. Foi no século 19, quando aconteceu o incêndio, que matou as mulheres que exigiam menores jornadas de trabalho.
Horário -- As mulheres ficavam em atividade mais de 16 horas e reivindicavam um horário mais humano. Só que, em resposta aos seus pedidos, os empresários queimaram o local onde elas trabalhavam, em Nova Iorque, nos Estados Unidos.
Foi a partir deste momento, que houve a consciência, no século 20, e a data passou a ser comemorada em todo o planeta. Ainda, segundo Sanches, "hoje, a mulher passa pelo maior processo de avanço visto pela humanidade nos últimos tempos".
No Brasil, atualmente, o maior número de estudantes universitários é do sexo feminino. Elas têm o maior número de empregos formais, ou seja, com carteiras assinadas. Entretanto, Sanches observa que as mulheres precisam avançar na qualidade no que diz respeito à questão do emprego, pois, se em quantidade elas são maiores, no item qualidade, precisam pelo menos se igualarem aos homens.
Debate - Por sua vez, a advogada Sheila Souza concorda que a instituição do Dia Internacional da Mulher "nos permite crer que elas têm, sim, o que comemorar, porém entendemos que a data deva se constituir num fórum de debates sobre a não observância de determinados direitos, que continuam privilegiando os homens. Um dos exemplos mais gritantes é o da não aplicação do princípio de isonomia salarial".
A dona-de-casa Adinê dos Santos, residente no centro comercial de Imperatriz, comenta que, apesar das grandes transformações, da chamada globalização e, principalmente do advento da tecnologia, a mulher não deixou de exercer um importante papel - o de mãe e esposa - ajudando o marido na construção de um lar forte e consolidado nas diretrizes determinadas por Deus.
Crescimento - Já para Aparecida Saldanha Silva as mulheres têm dado importante parcela de contribuição ao processo de desenvolvimento do planeta, participando ativamente das questões que envolvam o crescimento de seus países, enfim, suas comunidades.
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