Raimundo Primeiro

Do sonho de menino, lá nas terras goianas, o visionário Conor Pires de Farias conseguiu transformar-se em um dos maiores apresentadores de TVs do Maranhão. Inicialmente, aqui chegando, já em terras fundadas pelo Frei Manoel Procópio do Coração de Maria, ele fez de tudo um pouco. Nasceu no Estado de Goiás, saindo, com os pais Smila Pires de Farias/Francisco Teles e os irmãos, cedo de lá. Destino: a hoje segunda maior cidade maranhense, a Imperatriz de Teresa Cristina. Aqui, chegou aos 16 anos.
Profissionalmente, Conor Farias foi polivalente, “jogando” em diversas posições. Na educação, foi professor. Lecionou Matemática. Logo em seguida, mudou radicalmente de área. Na condição de comerciante, abriu a Garros Acessórios, loja que comercializava produtos para sonorização automotiva, localizada na avenida Getúlio Vargas, esquina com a rua Minas Gerais, no início do bairro Entroncamento, já nas imediações do Viaduto da BR-010, principal via de ligação com os grandes centros de desenvolvimento do País, hoje em dia.
A trajetória do apresentador Conor Farias foi marcada por muito trabalho e determinação. O comunicador ficou conhecido do grande público pela postura crítica, sobretudo contra criminosos e autoridades públicas, principalmente políticos. Era um destemido, ao tecer ácidas críticas aos governantes. Não tinha partido, falava e, obviamente, atuava, com um único propósito: defender os interesses coletivos.
Conor Farias foi mesmo um homem além do seu tempo sob a ótica da profissão que escolhera para atuar e prosperar, trabalhando para criar sua família, hoje formada por 10 filhos. A propósito, trago à tona a visão de Salvador Dalí, por meio da qual o famoso pintor espanhol enfatiza: “O que é o aparato da televisão para o homem, que tem apenas que fechar seus olhos para ver as mais inacessíveis regiões do visto e do jamais visto, que tem somente que imaginar para perfurar paredes e originar todos os Bagdás planetários de seus sonhos para erguer as cinzas”. Assim, foi Conor, um eterno sonhador, mas sempre com o “pé no chão”, na melhor acepção do termo!
Trabalhei com o Conor Farias. Antes, na TV Nativa, fui coordenador de Jornalismo, cujo comando ficava por conta do radialista Marcelo Rodrigues, diretor do setor de notícias da emissora arrendada do também empresário Raimundo Cabeludo com a missão de ser transformada também numa das pioneiras na exibição de programas locais, mostrando o dia a dia de Imperatriz, inclusive por meio do “Programa 190”, levando ao ar os acontecimentos policiais. Depois, na TV Capital, na condição de diretor de Jornalismo e, não muito distante, diretor de Redação do Jornal Capital, o “seu líder diário”, contribuí decisivamente com os projetos de Conor no campo da comunicação. Ás vezes, inclusive, assinando sua coluna.
Vi, por muitos momentos, o Conor “correndo”, buscando viabilizar edições especiais para a cobertura de importantes datas, caso da Exposição Agropecuária (Expoimp) e o aniversário de Imperatriz. Meu irmão, Napoleão Neto, acabara de receber recentemente o cargo de diretor da TV Capital. Incumbência: modernizar os ares da emissora localizada na Super Quadra 602. Napoleão Neto, até recentemente, apresentava diariamente o Programa “Na Boca do Povo”. Na equipe, contou, entre outros, com a participação de Josevam Marques. Também denunciando, opinando, polemizando, enfim, o cotidiano da grande cidade e região.
Conor, descanse em paz! O teu pioneirismo não foi em vão, pois os imperatrizenses, os tocantinos, ou seja, os maranhenses, comentam sobre os muitos momentos por você passados no comando do “Imperatriz 24 Horas”, noticiando e comentando, mas, principalmente, atuando no sentido de poder observar e consolidadas as aspirações populares, daqui e de outras plagas, de rincões distantes, tendo em vista o advento da tecnologia que tornou possível a criação da Internet, a rede mundial de computação, por meio da qual foi possível fazer com que seu ponto de vista fosse visto além fronteiras, nas mais diferentes e distantes regiões. Do Brasil e do mundo!
Fique firme, “homem do povão”, segurando o timão da “nau” noutras ações!