Geovana Carvalho
A confraternização da Vara Especial da Mulher em Imperatriz foi marcada por muita emoção. Um café da manhã com direito a distribuição de presentes reuniu, nas dependências da Vara, servidores do judiciário e mulheres assistidas pelo Projeto “Justiça Social” - Além dos Limites Processuais.
Autoridades presentes e mulheres atendidas pelo Projeto “Justiça Social” partilharam suas experiências e comemoram resultados alcançados.
O Projeto “Justiça Social” - Além dos Limites Processuais atende a mulheres em situação de vulnerabilidade e desenvolve ações sociais permanentes e contínuas, como fornecimento de cestas básicas e roupas, realização de chás beneficentes e encaminhamentos ao CRAM, CREAS e CAPS. Além disso, por meio do Projeto, as vítimas de violência doméstica recebem capacitação profissional e são encaminhadas ao mercado de trabalho. O programa prevê também formação educacional para estas mulheres, por meio de parcerias com escolas e faculdades. E ainda a divulgação da Lei Maria da Penha é realizada em ciclos de palestras e tem o objetivo de formar multiplicadores de informações, visando a diminuição dos maus tratos por meio de conscientização.
Na confraternização, tanto o quadro de servidores como representantes do poder público municipal (parceiros da Vara) e mulheres assistidas pelo Projeto “Justiça Social” - Além dos Limites Processuais, expressaram com discursos e gestos o significado do trabalho desenvolvido. Danielle Cristina, 25 anos, durante muito tempo sofreu agressões. Ela denunciou os abusos e diz que hoje tem outra vida: “Cheguei aqui por meio de informações, eu sofria agressões, eu já estava correndo risco de vida, fiz a denúncia em 2008. E hoje tenho orgulho de dizer que sou uma mulher renovada. Eu estava com a autoestima abalada, me sentia constrangida, mas recebi apoio das psicólogas e sou outra. Também aprendi a fazer sandálias, faço em média cem pares, isso foi mais um passo à frente na minha vida”, relata.
O promotor de justiça de defesa da mulher da comarca de Imperatriz, Frederik Bacelar, faz um balanço positivo dos trabalhos realizados este ano: “Foi um ano de muita luta, conseguimos reduzir o número de processos na Vara [Especializada da Mulher]. Mesmo com a greve dos delegados, que atrapalhou muito, conseguimos obter a condenação de muitos agressores, visando diminuir a sensação de impunidade da sociedade”.
A juíza Sara Gama, titular da Vara Especial da Mulher em Imperatriz, ressaltou a importância do trabalho assistencial desenvolvido junto às vítimas de violência doméstica e fala com emoção deste momento festivo: “É importante uma confraternização em um momento fora do processo. Elas precisam de apoio; quando elas estão em um momento assim, elas acreditam que podem mudar (…) Fazemos o encaminhamento profissional para dar suporte social, porque a simples decisão judicial não resolve. Temos que resolver a dimensão sociológica”.
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