Público presente na abertura dos trabalhos

A 5ª Conferência Municipal das Cidades, que durante dois dias debateu problemas atinentes ao município de Imperatriz, foi encerrada no final da tarde de ontem com a eleição dos delegados que irão representar o município na conferência estadual. Os delegados eleitos no evento já atuam em áreas ligadas ao desenvolvimento urbano.
De acordo com o regimento, 42,3% dos eleitos são gestores e administradores públicos; 26,7% são representantes do movimentos populares com atuação na área de desenvolvimento urbano, 9,9% de trabalhadores, por suas entidades sindicais, com atuação na área de desenvolvimento urbano.
Empresários relacionados à produção, fomento e ao financiamento do desenvolvimento urbano (9,9%), entidades profissionais acadêmicas e de pesquisa e conselhos profissionais, com atuação na área de desenvolvimento urbano (7%), ONGs com atuação na área de desenvolvimento urbano (4,2%).
Conforme o regimento da 5ª Conferência Municipal, compreende-se como área de desenvolvimento urbano o planejamento territorial, gestão urbana, habitação, regularização fundiária, saneamento ambiental, transporte, mobilidade e acessibilidade. “Toda propriedade na área urbana tem que ser de interesse social”, afirma Enéas Rocha.
Em palestra que atraiu a atenção dos participantes da 5ª Conferência Municipal das Cidades, o coordenador do evento e secretário-adjunto de Governo, Enéas Nunes Rocha, mostrou Imperatriz desde sua fundação pelo Frei Manoel Procópio.
De acordo com o palestrante, as cidades foram alicerçadas pelas margens dos rios e pelos centros, sendo que Imperatriz teve sua ocupação pelo rio Tocantins, mas seu crescimento e desenvolvimento se deu após a conclusão da rodovia Belém-Brasília, a atual BR-010.
“Quando a corrente migratória de trabalhadores - via Pastos Bons - chegou a esta cidade, encontrou um solo propício para a agricultura e pecuária em face ao bioma floresta”, explicou Enéas Rocha, ressaltando que a partir daí a cidade deu início a seu desenvolvimento.
Segundo ele, até meados da década de 60 a maioria da população morava na zona rural. “A partir da década de 70 deu-se o início do êxodo rural, quando as pessoas deixaram o campo para se alicerçar na cidade com outros ramos de negócios”.
Enéas Rocha garante que a partir de então Imperatriz começou a inchar e crescer desordenadamente, causando um enorme problema social. Ele falou ainda sobre indicadores sociais, índice de exclusão social e índice de desenvolvimento urbano.
Conforme informa o palestrante, Imperatriz tem, atualmente, uma população estimada em 250 mil pessoas, mas que tem uma população flutuante em torno de 1 milhão de pessoas. “Daí porque se amontoam os problemas urbanos desta cidade”, afirma Enéas Rocha. A frota de veículos licenciada em Imperatriz é de 95.633, o que corresponde a 0,4% por habitante. Afirmou que a cidade tem um déficit habitacional em torno de 30 mil unidades, mas que aos poucos esse déficit está diminuindo.
O palestrante elencou como problemas urbanos de Imperatriz o crescimento desordenado, degradação ambiental, saneamento básico, saúde, educação, concentração de renda, ineficiência no atendimento dos serviços, trânsito e habitação.
“Esses problemas são inerentes a todas as cidades polos, uma vez que elas atraem pessoas e veículos de dezenas de municípios ao seu redor”, explica Enéas Rocha, destacando que outro grande problema de Imperatriz é a concentração de propriedades particulares.
“Todas as propriedades da área urbana tem que ser de interesse social”, destacou Enéas, ressaltando que durante anos a propriedade ficou concentrada nas mãos de poucos. “Por essa razão, programas como Minha Casa, Minha Vida ficaram comprometidos por falta de uma localização adequada”, concluiu. (Domingos Cezar/ASCOM)