Geovana Carvalho
Mulheres de diversos segmentos da sociedade participam da 4ª Conferência Municipal da Mulher. O evento acontece no auditório da Secretaria Municipal de Saúde, durante os dias 25 e 26. Com o tema “Autonomia das mulheres: instrumento de Erradicação da Pobreza”, seiscentas mulheres discutem a necessidade de se organizarem em torno da concretização de políticas públicas para mulheres.
Membro do Conselho Estadual da Mulher, Conceição Amorim explica que a temática do encontro é um recorte do tema da Conferência Nacional de Enfrentamento à Pobreza. Segundo ela, em Imperatriz se discutirá o combate à pobreza e serão avaliados os últimos quatro anos, desde que as primeiras discussões sobre o assunto começaram a ser organizadas, repensando-as e readaptando-as à realidade local. A partir de então, será criado o plano de ação.
A 4ª Conferência Municipal da Mulher é também a 2ª Conferência Regional de políticas públicas para mulheres. Entre as pautas a serem discutidas estão temas relacionados ao direito, à saúde, educação e diversidades. A militante Maria Gavião, em sua fala inicial, fez reflexão sobre a politização do gênero feminino. “A pessoa deve ser sujeito da sua própria história (…) que [as mulheres] sejam autoras de sua autonomia”. Maria Gavião chama a atenção para a necessidade da construção de uma nova perspectiva da mulher em relação à sociedade como um todo.
O prefeito Sebastião Madeira, na abertura do encontro, fez referência à dinâmica da mulher na sociedade contemporânea. “A mulher ocupa ‘todos os postos’ de trabalho. O Brasil é dirigido por uma mulher. Aqui [em Imperatriz] 2º, 3º escalão são compostos por mulheres”.
A juíza da Vara Especializada da Mulher, Sara Gama, falou da luta pela humanização no tratamento dispensado à mulher, quando da necessidade de atendimento policial ou judicial. “O juiz deve estar atento à comunidade. A origem da violência doméstica está relacionada à falta de autonomia das mulheres. (…) É preciso que saiamos estimulados e com objetivos e metas. (…) Ela [a mulher] sai do processo com o mesmo problema, mesmo marido. É necessário fomentar e trabalhar a autonomia dessa mulher. Tentamos humanizar o tratamento à mulher, na delegacia ela deve ser bem acolhida. Precisamos qualificar o atendimento.
A secretária da Mulher, Conceição Formiga, comenta estar satisfeita pela existência da Secretaria estadual, nacional e municipal da mulher. Segundo a secretária, os desafios são muitos, porém muitas também foram as conquistas. “Precisamos trabalhar com coragem de estarmos juntas, coragem para assumir nossas responsabilidades. Prudência para avaliar nossos trabalhos. Essa conferência será um divisor de águas, estamos iniciando a discussão para a elaboração do 1º Plano municipal de políticas para mulheres”.
Catarina Bacelar, secretária estadual da Mulher, afirma ser esta a mais importante Conferência, depois da estadual. “O encontro está alinhado com a proposta nacional. (…) A gente precisa ter minimamente um plano, uma secretaria. A política da mulher precisa ser institucionalizada”, enfatizou.
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