Representantes da sociedade acompanharam o debate

A audiência pública, proposta pelo vereador Alberto Sousa (PP), foi conduzida pela vice-presidente da Comissão de Saúde e Assistência Social, vereadora Fátima Avelino (PMDB).
Os representantes das comunidades terapêuticas Promic, Casa de Davi, Projeto Resgate, Fazenda Esperança, Casa do Senhor, Instituto Lugar de Ajuda, Centro Esperança, do CAPs, da SEDES, SEMUS, da Regional de Educação, da Polícia Militar e vereadores discutiram a gravidade do problema e apresentaram sugestões.
O vereador Alberto Sousa (PP) abriu a reunião falando da importância da discussão. “Não olhar para os jovens que estão nessa dependência é não olhar para o ser humano. Temos que olhar com carinho e atenção, não com desprezo. Parabenizo as igrejas, as pessoas que, acima de tudo, vivem esse amor pelos dependentes químicos, fazendo a diferença na vida destes jovens, resgatando vidas”.
Segundo o representante do Projeto Missão Criança (Promic), Ricardo Seidel, 20% da evasão escolar hoje na cidade é uma das consequências do uso das drogas.
“Imperatriz hoje tem mil bocas de fumo, conforme informações da polícia, e existem cerca de 20 mil usuários de crack, que são 20 mil famílias sofrendo. O usuário hoje, ou está nas ruas, ou está na cadeia ou, como uma terceira opção, nos centros terapêuticos”.
As representações dos centros terapêuticos pediram socorro às instituições governamentais para que o trabalho continue.
“A realidade é que as drogas estão destruindo milhares de famílias e são 92% das causas policiais. Jovens estão morrendo. Pessoas são assaltadas. Não podemos ficar de olhos fechados. Quem está fazendo alguma coisa são as comunidades terapêuticas, porque até as famílias abandonam o usuário”, relatou o diretor da Casa de Davi, Pastor Advando Junior.
A representante do centro Fazenda da Esperança, Marlene Lima, enfatizou que o compromisso das unidades terapêuticas é com o aspecto da espiritualidade, e o compromisso da ação governamental se daria com o aspecto orgânico sistêmico.
“Quem vai, vai porque escolhe ir. As pessoas sofrem. A gente lida com o desespero das pessoas. Quando a gente vem para uma audiência, a gente vem convocar a assembleia a pensar. São 12 milhões de brasileiros que sofrem de transtornos mentais graves decorrentes do uso de drogas e Imperatriz é rota internacional do tráfico”.
Foram feitas várias propostas em benefício das comunidades: o projeto Bolsa Acolhimento, já apresentado ao governo do Estado; a criação de um fundo municipal para saúde mental; a disponibilização de parte do dinheiro do governo do Estado que foi utilizado no Programa Viva Luz, que agora está suspenso. Os oradores reforçaram ainda a necessidade de investimentos maciços na área da prevenção, já que os primeiros contatos com as drogas começam cada vez mais cedo. (Mari Marconccine / Assessoria)