Elson Araújo

Natal e virada de ano são períodos usados para  renovar a esperança em torno daquilo que não foi possível no ano findo, bem como assumir aqueles compromissos de praxe como: iniciar uma atividade física, parar de fumar ou beber, visitar um parente distante, fazer um curso profissionalizante, escrever um livro, tirar férias com a família, fazer um intercâmbio, enfim, compromissos nem sempre priorizados e que terminam deixados para o Natal e virada do ano seguintes. São o que chamo de “autocontratos”. Mesmo considerados clichês, é importante renovar as esperanças e reafirmar compromissos consigo, com os seus e com a sociedade. Como diz um amigo meu: “faz bem para o psicológico”.
É importante renovar a esperança e os “contratos” porque, além de fazer bem ao nosso “psicológico”, o pouco da lista de compromissos que for cumprido, dependendo da sua amplitude, pode beneficiar não somente nós, depositários desses compromissos, mas também quem estiver por perto. Logo, a família, a empresa, a associação, o bairro, a rua, a cidade, o Estado, o País e até mesmo o mundo podem se beneficiar de um aparentemente protocolar  compromisso de virada de ano.
Deixemos de lado por um instante as divagações sobre nossos “autocontratos” e suas consequências, já que até aqui já é possível perceber a importância deles, e pensemos globalmente sobre os compromissos e metas estabelecidas por aqueles que lideram as médias e grandes nações. Refiro-me àqueles  líderes que, ao contrário de nós, simples mortais, qualquer ato afeta não só um pequeno núcleo, mas milhões de seres. Que compromissos assumiram na virada do ano? Teriam algum estabelecido como meta dominar o mundo? Prefiro pensar que não e que a “listinha deles” esteja recheada de coisas que melhorem a vida de todos. A conjuntura internacional hodierna exige isso. Há muita coisa no planeta para ser arrumada, e para isso precisa que entre na agenda de compromissos dos grandes líderes.
Aqui outro clichê: não podemos jamais perder a capacidade de sonhar, sobretudo com um mundo melhor, mais justo e solidário e cada um pode fazer sua parte e contribuir para tal. “A listinha” de metas dos grandes líderes internacionais é muito importante, mas aquela que nós, homens simples, costumamos fazer, também tem a sua importância e pode, dependendo da sua amplitude, mudar a vida de milhares de pessoas.
Então, entre fazer a tal lista da virada e não fazer, é melhor fazer; e como diz o meu amigo citado no início do texto, “no mínimo fará bem ao nosso psicológico”. Já fez a sua?