Geovana Carvalho
Em Imperatriz existem dezesseis comércios atacadistas. A cidade é um polo distribuidor responsável por abastecer todo o estado do Maranhão, além do Sul do Pará e Norte do Tocantins.
O chamado “atacado de balcão” - em que o próprio cliente vai ao estabelecimento comercial fazer a compra - ainda sobrevive em Imperatriz. Porém, esse tipo de comércio tradicional na cidade tende a desaparecer.
“Imperatriz é uma das poucas cidades do país que ainda tem o atacado de balcão”. A afirmação é do comerciante e presidente do Sindicato dos Atacadistas de Imperatriz, Eraldo Moura. Segundo ele, 90% dos atacados da cidade trabalham com vendas de balcão. Com a chegada de dois grandes atacados, que praticam o atacado de distribuição - aquele em que o representante do comércio vai ao encontro do cliente, oferecendo-lhe, principalmente, a comodidade de ser atendido “em domicílio” -, os atacadistas “locais” devem buscar alternativas para se adaptar à nova realidade do comércio imperatrizense, imposta pela competitividade dos atacados de grande porte.
“Com o advento dos grandes atacados, já sabíamos que isso iria acontecer e a estratégia [para sobreviver] seria [que os atacados de pequeno e médio porte] se transformassem em atacados de distribuição, do contrário a tendência é entrar em extinção”, diz Eraldo Moura. O comerciante comenta que dois atacados fecharam suas portas recentemente, entre os motivos principais estaria a concorrência com os atacados de distribuição. No entanto, Eraldo Moura destaca um ponto positivo, dentro do quadro econômico que se desenha. Para ele, o momento deve ser aproveitado para uma readequação das empresas atacadistas: “Os pequenos e médios atacadistas estão procurando crescer. São pressionados a buscar novas alternativas para crescer e aprimorar seu atendimento”. Eraldo Moura cita como exemplo seu próprio caso, ele conta que foi necessário comercializar produtos com os quais não trabalhava, como cosméticos.
O economista Alberto Maia concorda com Eraldo Moura em relação às soluções que devem ser adotadas pelo setor. O economista diz ser necessário buscar alternativas, criar formas de negociar, sobretudo ter visão de negócio, entender do ramo. Alberto Maia diz ainda que, para ter condições de concorrer com os grandes, os atacados menores devem criar estratégias para sobreviver. “Dentro dessa alta competitividade, as pequenas empresas têm que ter capacidade, têm que entender do ramo. Hoje o que estabelece a diferença é a capacitação humana e a estratégia”, reforça.
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