Hemerson Pinto
“É ao contrário. Nós, que trabalhamos e cumprimos com nossos deveres, é que vivemos atrás das grades”, comentou o comerciante que se identificou como Pedro, no bairro Nova Imperatriz. Proprietário de mercearia há mais de dez anos, foi assaltado 11 vezes dentro do estabelecimento comercial. Depois que colocou grades na porta, ainda foi vítima de assalto outras duas vezes.
Pedro é apenas um dos proprietários de estabelecimentos comerciais em Imperatriz que optam por grades na tentativa de evitar assaltos. Do outro lado da rua, o vizinho dele, José de Abreu, também adotou a medida pensando assim afastar os bandidos.
“Assim a gente pensa até mesmo em encerrar a atividade. Estou pensando seriamente em acabar com o comércio, sair do ramo, mas ainda preciso aguentar mais algum tempo. As vendas são boas, graças a Deus, mas a bandidagem é que é perigosa”, declarou.
O comerciante lembra que, ao mesmo tempo em que tenta se proteger, acaba afastando alguns clientes. “Tem gente que passa aí na porta, olha, até quer entrar para escolher o produto, mas fica com vergonha de pedir para eu abrir a porta. Então, vai comprar em outro lugar. A gente acaba levando alguns prejuízos”, acrescentou Pedro.
Para garantir a presença do cliente, o dono da mercearia faz questão de abrir a grade para a clientela já conhecida, como vizinhos, amigos e crianças, mas adianta que corre riscos. “Eu abro para quem eu conheço, e assim fui assaltado mais duas vezes depois da grade. O ladrão está ali perto e entra junto ao cliente e anuncia o assalto. Uma vez tentei avançar na arma de um bandido que rendeu minha esposa no caixa. Ele mandou eu me afastar e me mostrou a ‘bola’ do revólver cheia de bala. Fiquei quieto”, lembra.
Em comércios maiores que o do seu Pedro, como minibox e supermercados, os empresários optam por seguranças particulares e as câmeras de vigilância. “As câmeras não evitam, mas alguns bandidos pensam duas vezes antes de entrar, principalmente quando sabem que tem um ou mais segurança por perto”, comentou o proprietário de um supermercado na Nova Imperatriz, que preferiu não ser identificado. “Eu já passei com cinco assaltos aqui dentro do meu comércio. Não quero enfrentar isso novamente”.
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