Mais de 800 famílias foram atingidas pelos alagamentos

Nesta segunda-feira, 08, três dias após os alagamentos, cerca de 2.500 pessoas afetadas diretamente na situação de calamidade pública em que se encontram alguns bairros de Imperatriz, voltam às suas residências. Com ajuda da Força Tarefa liderada pela Prefeitura, por meio da Defesa Civil, tentam reconstruir o que a chuva levou e, com suporte da Secretaria de Desenvolvimento Social, Sedes, moradores do Parque Alvorada I e II apresentam suas necessidades e demandas mais urgentes.

Durante toda esta segunda-feira, Assistentes Sociais da Sedes visitam as famílias e elaboram o mapa estratégico de ações emergências. As ações integradas envolvem também Defesa Civil, Infraestrutura, Limpeza Pública, Saúde, Educação e todos os órgãos municipais, além do apoio da Defesa Civil Nacional.
Francisco Pereira, tem 46 anos, mora com a mãe de 63 anos e o filho de 11 anos, autista. Durante a movimentação de retorno para casa, na manhã de hoje, ele relata a experiência e afirma ser a mais triste de sua vida. "Era 2h da manhã, quando a vizinha nos acordou e avisou do alagamento, mas quando vimos, não deu tempo de salvar muita coisa, apenas a geladeira. Era muita água e muito rápido foi levando tudo. Hoje, estamos voltando para nossa casa e só encontramos tristeza".
O morador fala ainda que nunca tinha visto uma enchente de tamanha proporção. "Moro no Parque Alvorada II desde 1991, já enfrentamos alguns alagamentos aqui, mas não como a de agora. Quando a água invadiu nossa casa, fomos para a praça e depois nos alojamos na casa do meu irmão aqui do lado, que é de andar. Logo de manhã chegou a Defesa Civil, Bombeiros e Exército e eu também fiquei ajudando os vizinhos", relatou.
Para Miriam dos Santos Araújo, 46 anos, que há 16 anos mora no Parque Alvorada I, a ajuda dos órgãos e de voluntários tem sido crucial para a reconstrução do bairro e da vida de sua família. "Eu estava dormindo quando meu marido gritou e acordou todo mundo, somos cinco pessoas lá em casa eu, meu esposo e filhos. A água já tomava toda a casa e chegava até nossa cama. Saímos bem rápido e procuramos abrigo em outra rua que as casas tem calçadas mais altas e lá ficamos até amanhecer o dia. Aqui na quadra pegamos roupas, alimentos e agora precisamos de móveis, pois perdemos os nossos", afirmou.
A maioria das famílias perdeu bens materiais e agora seguem na luta para conquistar novamente o que a chuva levou. É o caso de Rosana Mesquita, 43 anos, que comercializa lanches e café da manhã há cinco anos, no Parque Alvorada II. "Quando levantei de madrugada para fazer os lanches para vender vi a água entrando, só fui chamar meu filho e de repente a água tomou conta de tudo. Conseguimos salvar algumas coisas, colocando em cima das mesas. Á água parecia uma enxurrada e só com 24h o nível baixou. Agora é reconstruir o que perdemos com muita luta e sacrifício." (Luana Barros)