Hemerson Pinto
A chuva forte que caiu na madrugada da última quarta-feira provocou sérios estragos em vários bairros de Imperatriz. A partir das 4h30, O PROGRESSO começou a receber ligações de pessoas informando sobre alagamentos de ruas, queda de árvores, abertura de crateras, entre outros transtornos causados pelo temporal. Na manhã de ontem, fizemos visitas a alguns bairros e registramos depoimentos de moradores que acordaram durante a madrugada com água dentro de casa.
“Era 4h25 quando eu acordei e a água estava com mais ou menos uns três centímetros de altura de casa. Deu tempo de colocar alguns panos e reforçar por trás com barro. Isso foi o que segurou para não entrar mais. Saí na porta e vi a maioria dos meus vizinhos batalhando com água dentro das casas”, contou Luís Feitosa, morador da rua Bom Jardim, bairro Santa Rita.
O volume de água, segundo ele, veio da grota José de Alencar, que passa a poucos metros das residências. “O problema é porque aqui no meio da rua tem duas manilhas grandes, mas uma delas ficou entupida depois que quebrou e começou a juntar lixo dentro dela. A outra não suportou a água e jogou pra cima da rua”, afirma Luís.
Do Santa Rita fomos até o bairro Ouro Verde, onde a água da chuva não encontrou passagem na Rua Tarcísio Meira e invadiu pelo menos três residências. A água barrenta e misturada com lama entupiu fossas sépticas e estragou móveis dos moradores. Duas motocicletas 50c foram danificadas pela ação da lama.
“A fossa da minha casa encheu e agora temos medo de na próxima chuva a água entrar em casa e acabar com tudo. Seis da manhã nos levantamos e tudo estava dentro da água. A minha vizinha perdeu geladeira, guarda roupas e outros móveis”, explica a dona de casa Vera Malta. A moradora disse que encontra-se há cinco anos no mesmo endereço e a cena é inédita para ela e a família. Vera acredita que dois bueiros instalados pela Prefeitura foram entupidos de barro na ocasião de um aterro feito por moradores durante uma construção nas proximidades.
Antes de visitar os dois bairros, O PROGRESSO passou pela Rua Amazonas, Nova Imperatriz. A galeria construída para destinar o fluxo de água do Riacho Santa Teresa não resistiu ao aumento do leito e a força da correnteza. O asfalto cedeu e o local precisou ser isolado por técnicos da Defesa Civil. Os agentes acionaram a Secretaria de Infraestrutura para fazer uma avaliação do local.
No final do ano de 2012, a cerca de 10 metros dali, na Rua Floriano Peixoto, uma chuva aumentou o volume de água do Riacho Santa Teresa e a correnteza destruiu a galeria, causando a morte de um motociclista que passava pelo local. No local foi construída uma ponte, inaugurada no início de 2013.
No cruzamento da Avenida Ceará com a Rua Floriano Peixoto, a água arrancou a camada de asfalto. No início da manhã, uma equipe da Secretaria de Infraestrutura do município fazia o trabalho de recuperação do trecho. Poucos metros dali, homens do serviço de limpeza recolhiam galhos de árvores que caíram sobre uma praça no mesmo cruzamento.
Nossa reportagem ainda recebeu várias ligações informando sobre ruas cortadas e alagamentos em bairros como Vila Lobão, Vila Redenção I e II, Vilinha, Parque Alvorada I, São José, Vila Cafeteira, Santa Inês e Novo Horizonte. Neste último, um caminhão da coleta de lixo ficou declinado com uma das rodas presas em um buraco que surgiu durante a chuva.
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