*Dijé Guedes
O mundo fala de paz. Mas, no dia a dia, o que se vê é violência e rumores de violência. Hoje vivemos a Páscoa e, entre um chocolate e outro, surge a pergunta: O que é Páscoa?
Neste domingo pascoal, a data faz um convite à reflexão acerca do evento. Podemos começar pelo conhecimento do significado simbólico desta comunhão coletiva que perdura há milênios.
A Páscoa é uma festa cristã celebrada anualmente em comemoração à ressurreição de Cristo. Por isso é símbolo de renascimento, representa o triunfo da vida.
Os hebreus antigos celebravam a Páscoa em comemoração à saída deles do Egito, onde viveram por quatro séculos em regime de escravidão, sob o julgo dos faraós.
Neste caso específico, a Páscoa representa vida nova, a conquista da liberdade e o renascimento numa terra que mana leite e mel, aquela que foi prometida a Abraão e a seus sucessores.
Atualmente, a Páscoa, bem como outras festas cristãs - inclusive a maior delas, o Natal, vem aos poucos perdendo o seu verdadeiro sentido para os cristãos e não cristãos, crentes e incrédulos.
O espírito de graça, de renovação, que deveria aflorar no coração das pessoas deu lugar ao consumismo desenfreado, incitado por um mercado capitalista, que nada visa e nada almeja, além do lucro.
O chocolate em forma de ovo e o coelho, que nada têm a ver com o verdadeiro significado da Páscoa, são produtos de marketing deste mercado. São frutos de tradições e práticas convencionais.
Portanto, todos esses fatores, somados aos apelos midiáticos, além de desviar o verdadeiro sentimento pascoal, também "amarram" as pessoas a outro costume: o consumismo.
De nada adiantaria abster-nos de determinados alimentos e nos empanturrar da indiferença, incompreensão, exclusão e desamor.
Oxalá que nesta Páscoa possamos servir e sermos servidos de um verdadeiro banquete ágape, cujo recheio seja solidariedade e amor. Aos caríssimos leitores, feliz Páscoa.
*Dijé Guedes - Jornalista.
dije.rb@hotmail.com
Publicado em Cidade na Edição Nº 14984
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