Socioeducandos da Fundação da Criança e do Adolescente (Funac) escreveram suas biografias para o I Concurso de Produção Textual "Minha Vida, Minha Biografia". O projeto desenvolvido, neste mês, pelo Centro Socioeducativo Semear, em Imperatriz, estimulou a produção textual, o talento e o protagonismo dos adolescentes.
Com o incentivo e acompanhamento da equipe do Semear, os socioeducandos registraram em palavras as suas histórias de suas vidas, sentimentos, sonhos e expectativas. Antes, passaram por uma etapa de preparação com exibição de filmes como Escritores da Liberdade, que inspirou a realização do concurso; a oficina de elaboração uma biografia, onde iniciariam a produção; revisões textuais; e a apresentação das biografias e as premiações.
"Eu pude me expressar e contar a história de superação da minha vida. Espero que outras pessoas leiam o que eu escrevi, possam se inspirar na minha biografia e superar seus problemas", contou o socioeducando vencedor do concurso. "Foi muito importante o incentivo da equipe técnica, ter contato com outros textos e biografia de vida de outras pessoas, além de conhecer a história delas, ler os textos me ajudou a escrever e ficar feliz com o que eu produzi", acrescentou.
Considerando a suspensão das aulas, por conta da pandemia da Covid-19, a unidade Semear tem investido na realização de iniciativas de leitura e produção textual como o projeto Cordel em Cordão e o Espaço de Leitura, ações que contemplam os eixos de educação e cultura, e possibilitam aos socioeducandos desenvolver suas habilidades.
"Este projeto nos deu norte para continuarmos a incentivar as leituras e aguçar cada vez mais a escrita. O resultado que alcançamos com a conclusão de cada biografia, a história de vida adolescente, nos trouxe também momentos de emoção, para a equipe e os socioeducandos, que assimilaram de fato e com atenção tudo que já vivenciaram", destacou a coordenadora técnica, Cybelle Cavalcante.
Um dos socioeducandos declarou que "esse projeto me ajudou na minha leitura, escrita, na forma de me expressar e pensar. É uma atividade escolar muito boa, além de fazer com que a gente construa uma outra imagem para sociedade, é bom que as pessoas vejam que nós também podemos ser e fazer coisas boas".
Para a pedagoga Janaína Pimenta, a educação forma e transforma vida, tornando possível o protagonismo dos adolescentes. "Com base nesse pressuposto, conseguimos desenvolver as habilidades e competências na área da leitura e escrita dos socioeducandos, mas, sobretudo, torná-los protagonistas da sua própria história, levar conhecimento aos adolescentes por meio da pedagogia de projetos de forma contextualizada, dinâmica e reflexiva", explicou Janaína, uma das orientadoras das biografias.
"O projeto de autobiografia foi uma atividade muito interessante, pois a partir das histórias, eles fizeram uma reflexão da vida deles, das dificuldades vivenciadas, das escolhas que fizeram e ao trazer isso para o papel, eles conseguiram compreender o porquê das suas atitudes e do seu processo de responsabilização. Essa reflexão de vida, a partir do concurso, tem impactado inclusive nos atendimentos com a equipe técnica, ao externar o desejo de construir uma nova história", avaliou o diretor da unidade, Rodrigo Barbosa. (FUNAC/Priscilla Swaze)
Publicado em Cidade na Edição Nº 16635
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