Hemerson Pinto
“Confesso que não sou muito boa em estacionar o carro entre outros dois, e com o aperto que são as vagas que a gente encontra no Centro, quando encontra, é pior ainda”, comenta a comerciante Maria José. Ela conta que na semana passada pensou duas vezes antes de entrar com o carro em uma vaga na Rua Simplício Moreira, próximo à Praça da Fátima. “Decidi estacionar e não deu outra: bati de ré”.
Mas o problema não é a inexperiência ao volante. A autônoma Lúcia Dias é habilitada há oito anos e tem carro há seis. “Dirijo há alguns anos, e de certo tempo pra cá ficou cada vez mais difícil estacionar no centro de Imperatriz, principalmente nos arredores do Calçadão, Praça de Fátima. Quando preciso fazer compras no Centro, fico logo imaginando o caminho que devo percorrer para ver se consigo encontrar uma vaga. Já passei até meia hora rodando para encontrar estacionamento”, declara.
Não é necessário percorrer uma distância muito longa nas principais ruas e avenidas do centro da cidade para encontrar carros estacionados em locais reservados para motocicletas, ou situação contrária. Paradas em filas duplas, que geram multas e perdas de pontos na Carteira Nacional de Habilitação, também são cenas comuns, assim como a colocação de cones, cadeiras ou caixas para reservar vagas.
“Não concordo com a reserva de vaga para estacionar, o que geralmente é feito por alguns donos de comércios na cidade, segurando vagas para seus veículos ou para os clientes. Por outro lado, é até difícil a gente comentar sobre isso, pois se não fizerem assim podem ficar um tempo rodando sem poder parar em frente à própria loja. Outro risco é perder vendas porque o cliente não conseguiu parar o mais próximo possível da loja”, diz o office boy Luís Carlos.
Diante dos transtornos enfrentados por condutores de veículos em Imperatriz, principalmente na hora de estacionar nas ruas e avenidas do Centro, o serralheiro André da Costa Santos juntou-se a um amigo, alugaram um espaço amplo a cerca de 100 metros do Calçadão e montaram um estacionamento alternativo. Os sócios dispõem de 22 vagas e em cada uma cobram R$ 2 (dois reais) por hora. A iniciativa deu certo.
“Existem muitos carros e poucos lugares para estacionar, os poucos estacionamentos ficam para os comerciantes que têm lojas aqui perto. Tivemos a ideia e montamos este espaço. De quebra, oferecemos o serviço de lava rápido”, explica André, que deixa uma recomendação: “O certo é haver organização do próprio Município na abertura de pontos comerciais com estacionamentos próprios em cada um. Isso não há na cidade”.
O comerciante Edivan Santos aderiu à ideia de deixar o carro em estacionamentos alternativos. “Hoje, pela situação que se encontra o trânsito de Imperatriz, é mais propício você optar por um estacionamento, onde você paga para ter um estacionamento mais tranquilo, do que você deixar seu carro na rua, de qualquer jeito. A população e o número de veículos aumentou muito nos últimos anos e a cidade não está comportando”, explica.
André e o sócio conseguiram até fechar contratos com alguns clientes que trabalham próximo ao Calçadão, e os procuraram para usar o serviço diariamente e pagar ao final do mês. Hoje, Imperatriz tem cerca de 110 mil veículos, sem contar os de outras cidades, que circulam por aqui diariamente.
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