Por 12 anos, o CAPS IJ funcionou no Parque Anhanguera e agora, desde fevereiro deste ano, está em novo endereço, Rua Sergipe, bairro Três Poderes. A inauguração da nova sede aconteceu ontem (1), com a presença maciça de familiares e profissionais da saúde mental.
De acordo com a secretária municipal de Saúde, Conceição Madeira, cerca de 400 pacientes são atendidos nesta unidade. "Aqui profissionais e familiares comemoram cada degrau alcançado. O sentido é de união, afinal o CAPS não anda sozinho. É necessário haver o comprometimento da família no tratamento, pela necessidade de inserir os pacientes em outros meios para que o convívio social seja alcançado plenamente".
Sobre o trabalho da unidade, a psicóloga Francisca Marques observa que cada caso é analisado minuciosamente. "Evidentemente, existem os casos especiais, mas no geral, é possível viabilizar e superar as dificuldades", afirma.
A psicóloga ressalta que o CAPS IJ é destinado ao tratamento de casos mais severos. "Se o transtorno mental não é tão grave, o paciente recebe alta. A partir daí, situações são geradas, sempre preservando os direitos deles. As soluções giram em torno de uma rede de serviços públicos que têm que trabalhar integrada".
Famílias ajudam no tratamento-Entre as mães presentes ao evento de inauguração, estava Eliete Braz Ferreira, doméstica de 41 anos. Segundo ela, o tratamento resultou numa melhora de cerca de 80% na saúde de seu filho. "Antes, ele vivia num mundo só dele, totalmente isolado. Com o nosso apoio, ele está muito bem, porque aqui tem pessoas preparadas para cuidar dos nossos filhos. Quando está no CAPS, ele diz que ali é o lugar dele", declara.
Já Maria Amélia Coelho Souza, costureira de 60 anos, observou que o desenvolvimento mental de seu filho melhorou muito. "Quando ele chegou ao CAPS, era muito tímido, retraído, não tinha convívio social. Hoje, ele está totalmente mudado".
Segundo Marlene Lima, assistente social do CAPS IJ, "foi fundamental fazer este acolhimento, com dois objetivos: primeiro, inaugurar esse novo espaço agradável, bem localizado, e depois retomar com essas famílias o tratamento dos seus filhos, porque é natural que eles demorem um tempo para localizar o endereço e até mesmo o vínculo afetivo que essa criança ou adolescente já tinha com o outro espaço".
Para Marlene Lima, "uma coisa importante dentro da saúde mental, uma vez que a gente lida com crianças e adolescentes, é compreender que elas são diferenciadas, portanto determinadas peculiaridades já estão muito vinculadas com aquilo que elas sentem, com aquilo que elas veem. Daí fazer um momento como esse, com festa, com alegria, para que elas possam sentir que esse lugar também é deles".
Na ocasião, foi realizada uma mesa redonda para ouvir as mães, com suas queixas e suas dores, como uma estratégia de garantir que elas retomem o tratamento de seus filhos. (ASCOM)
Publicado em Cidade na Edição Nº 14642
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