Domingos Cezar
"Foi-se o tempo em que as pessoas vinham visitar os túmulos de seus entes queridos e tinham que trazer facão, foice e enxada para limpar o mato que tomava conta das sepulturas". Assim se expressou Valdecir Marques de Lima, o Fogoió, o homem que administra todos os cemitérios da cidade pertencentes à municipalidade.
Em seu gabinete, no cemitério Campo da Saudade, Fogoió recebeu o repórter, ao qual falou do orgulho que tem de ter sido escolhido pelo prefeito Sebastião Madeira para esta missão que ele considera de grande importância. "Isso porque nós trabalhamos com o sentimento das pessoas, que nunca se conformam com a perda de seus entes queridos".
De acordo com o administrador, a cidade de Imperatriz começou com o cemitério São João Batista, o qual, com seu crescimento, logo perdeu a capacidade, cedendo lugar então para o espaçoso Campo da Saudade. "Hoje a cidade cresceu tanto que o Campo da Saudade só recebe mortos parentes de outros que já estão aqui sepultados", conta.
Outro detalhe importante citado por Fogoió foi o ligeiro crescimento da população e, consequentemente, o elevado número de mortos. Ele afirma que a cidade conta atualmente, além do São João Batista e Campo da Saudade, com os cemitérios Jardim das Rosas, Jardim Betânia, Parque dos Anjos e Bom Jesus.
Segundo o administrador, o cemitério Bom Jesus, implantado no bairro do mesmo nome, possui uma área de 8 alqueires e tinha expectativa de 25 anos para que os mortos fossem enterrados em solo virgem. De acordo com Valdecir Lima, o campo santo foi inaugurado no dia 27 de janeiro de 2011.
"Entretanto, nestes pouco mais de dois anos, já foram sepultados ali mais de 1.500 pessoas", afirma o administrador, observando que o cemitério está muito bem cuidado. "No cemitério Bom Jesus foi sepultado um dos mais competentes homens da cultura e da publicidade, o saudoso Luís Brasília, que foi um dos primeiros a ser ali sepultados", observa Fogoió.
Por ser uma pessoa de boa convivência na sociedade, Valdecir Lima tem o costume de incentivar as pessoas a construírem os jazigos dos familiares. "Pois, quando eles constroem, o cemitério fica mais bonito para visitação das pessoas e ainda é uma maneira da pessoa dar importância e homenagear seu ente querido", avalia.
Ainda de acordo com o administrador, o Campo da Saudade conta hoje com 23 funcionários que cuidam da limpeza de todas as alas que compõem o cemitério. "Além disso, dezenas de mulheres contratadas por familiares fazem a limpeza dos túmulos", diz Fogoió, emendando: "Aqui tem uma senhora que trabalha há 27 anos".
O cemitério Campo da Saudade encontra-se aberto à visitação pública no horário das 7h às 18h. A igreja católica é aberta todas as segundas-feiras, às 17h, para celebração da santa missa. A funcionária pública Terezinha Barros visita o túmulo da filha toda segunda-feira e assiste à missa. Lembra que o local serve de descanso e paz para os mortos e também aos vivos.
Publicado em Cidade na Edição Nº 14761
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