Discrição. Está é a política de trabalho da Casa Abrigo da Mulher de Imperatriz. O local recebe mulheres que foram vítimas de violência doméstica e que, por qualquer motivo, não podem voltar a viver com seu companheiro. O órgão é mantido pela Secretaria Municipal de Políticas para a Mulher e funciona no município há três anos.
Segundo a coordenadora da Casa Abrigo, Ray Santos, o foco de atendimento do local são as mulheres que foram ameaçadas de morte. Ela aproveitou para explicar como as vítimas são encaminhas para o local. “[A Casa Abrigo] atende mulheres que estão em risco iminente de vida. A mulher que está ameaçada de morte e que o agressor não quer deixar sair. Ela procura a delegacia, procura a Vara especializada na violência contra a Mulher, o Cram [Centro de Referência em Assistência à Mulher] ou o Cras [Centro de Referência em Assistência Social], e um desses órgãos atende essa mulher e a encaminha para a Casa Abrigo, caso ela necessite dessa ajuda da Secretaria”, disse.
Agressão física é o principal motivo que leva mulheres à Casa Abrigo. Após um longo processo, que começa nas agressões verbais e passa pela humilhação, homens usam a força para se impor perante suas companheiras. Em muitos casos, as mulheres demoram a denunciar, principalmente, por serem financeiramente dependentes dos maridos.
Pensando nestes casos, a Casa Abrigo encaminha as mulheres do local para a realização de cursos profissionalizantes, conforme afirma Ray. “Os Centros de Referência, que trabalham com a profissionalização da população em geral, também recebem essas mulheres. Elas saem preparadas para o mercado de trabalho. [Isso] porque nós sabemos que muitas mulheres acabam aceitando a situação por não terem condições de sobreviver sem o companheiro para sustentá-la, para alimentar seus filhos”.
Estes filhos também são parte importante do trabalho desenvolvido. As mulheres têm o direito de levar seus dependentes, com até 16 anos, para a Casa Abrigo. A casa também oferece assistência pedagógica, psicológica e jurídica.
Ray garante que a violência mais comum contra a mulher é mesmo a física. Porém, outros tipos também são comuns, como a violência sexual. “A violência mais comum é a humilhação, verbal e física. Estes são os tipos mais comuns. Mas existem outras, como a agressão sexual, a patrimonial, aquela em que o agressor queima todas as roupas da vítima, queima a documentação da vítima”, explicou.
Balanço - No ano passado, a Casa Abrigo atendeu a 32 vítimas de agressão, com 58 crianças. Este ano, o local já conta com três mulheres, sendo que uma delas já estava no fim de 2011.
Para a coordenadora, um grande impulso para o bom desenvolvimento do trabalho do local é o constante incentivo recebido da atual gestão municipal. “O [prefeito] Madeira tem nos ajudado muito. Nosso prefeito tem nos dado toda assistência, com a criação da Secretaria da Mulher. É um projeto muito audacioso que ele colocou em seu projeto: atender mulheres nestas situações”, garante.
Por determinação de lei Federal, a localização da Casa Abrigo não pode ser divulgada. O objetivo da medida é evitar que os agressores descubram aonde suas ex-companheiras estão sendo atendidas. Poucas pessoas têm acesso ao endereço do local. (Comunicação)
Publicado em Cidade na Edição Nº 14316
Casa Abrigo atende vítimas de violência doméstica
Mulheres recebem acompanhamento psicológico, pedagógico e jurídico
Comentários