Illya Nathasje
O médico Itamar Fernandes recebeu ontem uma das maiores manifestações espontâneas que Imperatriz já proporcionou a um "filho" seu, com centenas de pessoas se aglomerando no saguão do Aeroporto Renato Moreira. Embalada pela música Amigo, de Roberto Carlos, a multidão explodiu de alegria quando o voo da LATAM pousou e explodiu de novo quando o médico pediatra desceu as escadas. Em cadeira de rodas inicialmente, depois com o auxílio de um andador, Dr. Itamar deu seus primeiros passos na terra que tanto ama e é amado. De braços levantados, saudou os céus e a multidão. Deus e gente, razão de ser e de viver.
Recuperado dos maus tratos, como ele mesmo frisou em breve entrevista, que a ausência dos serviços públicos impõem e vítima das más condições de saneamento que a cidade dedica a seus moradores, atingido pela chikungunya em março do ano passado, Dr. Itamar travou uma luta entre a vida e a morte por longos nove meses, e só agora, passado um ano e três meses desde que foi a São Paulo em busca de tratamento, retorna a Imperatriz.
A recepção foi uma lição de vida, preenchida pela fé, gratidão e reconhecimento. Gerações de pacientes, pais que foram, filhos que são, ali estavam para demonstrar a um homem que sempre praticou a generosidade acompanhada da palavra amiga, para expor seus sentimentos, numa clara demonstração de satisfação pela vitória. Viver é vencer. Vencer a morte, como disse Itamar, é ter a certeza de que os amigos não lhe faltaram em oração, estendendo as mãos, beijando, agradecendo a todos, lembrando inclusive dos muitos que lhe visitaram no hospital e de todos que com ele se relacionava pelas redes sociais. "Estou aqui, de volta, graças a vocês, a Deus e a Nossa Senhora", afirmou enternecido.
E amigos havia. Desde os médicos da velha guarda, como Natalina Ramalho, Sebastião Madeira, Deusdete Santos, ao mais jovem (embora de longa experiência), Arnaldo Alencar, aos amigos da Academia Imperatrizense de Letras e mães, pais, filhos, adultos, adolescentes e crianças. Gente que atravessou gerações sob o atendimento fraterno do pediatra de "mãos de ouro", como disse uma jovem.
Sob o sol forte da terra de Imperatriz, o calor humano carregado de solidariedade se fez mais forte. Bem-vindo, doutor Itamar.
Comentários