Hemerson Pinto
Problema antigo e discutido pela última vez há quatro anos na Câmara de Vereadores de Imperatriz, carga e descarga de caminhões nas vias públicas do município volta a ser pauta de audiência pública, realizada na manhã de ontem. Os legisladores debateram com as secretarias de Trânsito, de Agricultura e Abastecimento, Poder Judiciário e Sindicato dos Atacadistas, e chegaram à conclusão que será necessário reunião para revisar pontos do projeto.
O projeto de autoria dos vereadores Rildo Amaral e Chiquim da Diferro pretende “dar celeridade ao trânsito de Imperatriz, onde os caminhões, carretas e bitrens só poderiam circular na cidade de segunda a sexta, das 19h às 7h do dia seguinte, aos sábados depois das 14 horas e aos domingos e feriados seria livre”, explica Rildo.
A justificativa, segundo o vereador, “a cidade já não compreende o tráfego de caminhões de grande porte, acima de dez toneladas. O principal entrave é que o comércio varejista tem de ser respeitado e alega que o município não se adaptou para receber essa lei, e que a cidade não tem uma zona pronta para carga e descarga”, complementa.
Para o Sindicato dos Atacadistas de Imperatriz, determinar horários para carga e descarga de caminhões não seria a opção mais viável. “Os senhores não sabem qual é o custo nem o tempo necessário para fazer uma entrega, nem qual é o tempo necessário para se carregar e descarregar um caminhão”, disse aos vereadores o presidente do Sindicato Atacadista, Eraldo Moura.
Eraldo defende que o problema atribuído ao movimento de carga e descarga de mercadorias representa apenas 1% dos problemas “que temos no trânsito de Imperatriz, que precisa e queremos regulamentar. Não podemos é limitar horário para fazer cargas e descargas. Se for para trabalhar à noite, as empresas não terão condições”.
Quanto ao movimento de caminhões descarregando e carregando no setor Mercadinho, Eraldo diz: “Uma carreta estacionada não causa problema no trânsito, aqueles carrinhos que trafegam cruzando a rua para entregar mercadoria atrapalham muito mais”. Uma das soluções, na opinião do presidente do sindicato, seria a proibição do estacionamento de veículos de pequeno porte na área do Mercadinho.
Presidente da Câmara de Vereadores, Hamilton Miranda, reconhece que uma resposta deve ser dada à população imperatrizense. Segundo ele, o projeto não proíbe entrega em grande quantidade de mercadorias na cidade, mas sim que o serviço seja liberado para caminhões com até dez toneladas, “ou mais ou menos, de acordo com o que for discutido. Vamos reunir com o sindicato dos atacadistas”, informa.
Pela Secretaria Municipal de Trânsito, o secretário José Ribamar comunica que existe necessidade de disciplinar horários e trajetos de caminhões, bitrens e carretas para terem acesso aos polos comerciais, como os setores Bacuri, Quatro Bocas, Nova Imperatriz, Vila Lobão, Grande Santa Rita, entre outros.
Na opinião do secretário de Agricultura e Abastecimento de Imperatriz, a solução estaria na criação de uma Central Estadual de Abastecimento – CEASA – destinada a aprimorar a comercialização e distribuição de produtos hortifrutigranjeiros. “Todas as cidades do porte de Imperatriz, no Nordeste e Norte, têm sua Ceasa, Imperatriz está passando da hora. Estamos com proposta enviada aos deputados federais e senadores do nosso estado. Temos uma área de aproximadamente 37 hectares, suficiente para implantação de uma Ceasa, que iria solucionar toda essa problemática”.
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