Como forma de democratizar uma das festas mais populares do mundo e promover a integração entre pacientes e usuários do Centro de Atenção Psicossocial, CAPS, a Secretaria Municipal de Saúde, Semus, realizou o carnaval da Rede de Saúde Mental do Município, o CAPS Folia. O evento aconteceu na manhã desta sexta-feira, 21, no Clube da Sucan e tem objetivo de aproximar pacientes e familiares, juntamente com os profissionais da rede.
A programação iniciou com a vivência histórica da reforma antimanicomial no país e contou com a participação dos usuários e pacientes do CAPS 3, CAPS Ácool e Drogas e Residência Terapêutica que relataram experiências de vida do processo manicomial até sua total extinção, como enfatiza o coordenador do CAPS III, Patrício Silva. "O momento reflexivo oportuniza que o próprio usuário veja como era antes o sistema de manicômio e como são atualmente desenvolvidos benefícios após a reforma psiquiátrica. Eles conseguem visualizar fatos quando internados em clínicas psiquiátricas e os diferenciar do tratamento no meio aberto".
Na sequência, pacientes caracterizados com roupas e máscaras carnavalescas participaram de um momento descontraído ao som do DJ Banzai. Na programação, o baile de máscaras premia o "folião" mais bem caracterizado e o melhor dançarino da festa, além de sorteio de brindes e lanche coletivo.
Sobre os adereços carnavalescos, Patrício Silva explica que o processo é realizado em oficinas. "Dentro da equipe há um processo social em relação à construção das máscaras, que são atividades provocadas nos usuários, os estimulando na confecção e adaptação de roupas e máscaras. O reflexo disso demonstra o serviço da Secretaria Municipal de Saúde, que é tratar o usuário em meio aberto possibilitando oportunidades. Não é fazermos as coisas por eles, mas com que aprendam e eles próprios serão agentes ativos dentro desse processo de promoção da própria saúde".
Um dos pacientes do CAPS, Ivaldo Freitas, fala sobre a sensação da imersão do carnaval protagonizado pela Rede de Saúde Mental. "Estou me sentindo feliz, a máscara que estou usando foi feita na oficina com a tia Meire". Questionado se ganharia o prêmio como melhor dançarino da festa respondeu timidamente, "danço um pouquinho e estou gostando do carnaval". Já Cícero Cândido, também paciente do CAPS, falou que a idade não o ajudava muito e, em tom de brincadeira, respondeu "estou meio capenga, mas respeito todos que vão participar desse momento". (Kalyne Cunha-Ascom)
Publicado em Cidade na Edição Nº 16576
CAPS Folia é realizado pela Rede de Saúde Mental do Município
Evento tem foco na integração dos pacientes entre si e com seus familiares e a própria equipe
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