Raimundo Primeiro

O texto é uma homenagem ao jornalista e escritor Canrobert Faustino, já falecido, em reconhecimento ao seu talento e ao trabalho que ele desenvolvera em prol do crescimento regional. A matéria fora escrita dias antes de ele morrer. Só agora, resolvi publicá-la. O assunto é narrado como se o livro 'Caçando & Pescado' acabara de ser lançado. Espero que os leitores gostem. Estou à disposição (99 9198-9777).
'Caçando e Pescando' é o nome do livro do jornalista e escritor portofranquino Canrobert de Oliveira Faustino, que acaba de chegar ao mercado editorial da região tocantina, já com aceitação positiva, tanto por parte do público quanto da crítica. Incansável, não se curva diante dos obstáculos que aparecem a sua frente diariamente, abrindo caminhos promissores, principalmente no difícil cumprimento da tarefa de exercer acertadamente o difícil ofício de jornalista, notadamente do profissional que atua no interior, cobrindo os fatos que são registrados na sua região. E Canrobert o faz com desempenho, dedicação. Enfim, com competência. E, obviamente, êxito.
"O que me propus nestas páginas não foi contar somente caçadas e pescarias maravilhosas. O meu intento é que os meus amigos caçadores o guardem ouvindo as minhas narrativas, que também serão suas, em nossas vagabundagens que já duram por muitos anos, e durarão por muitos mais ainda, nos recantos de nosso Brasil", conta, dizendo ter conseguido êxito na sua empreitada. Tanto que novos desafios no campo literário já estão sendo preparados. Diz que continuará percorrendo as "íngremes estradas andadas pelo povo maranhense", ou seja, contando causos e lousas ocorridos nos mais diversos lugares do rincão do Estado.

Assunto polêmico
Ao falar sobre a obra de Canrobert, o escritor e médico Murilo Vilela Brandão, membro da Academia de Letras do Norte do Tocantins (Acalanto), enfatiza que, diante das leis enfumaçadas dos 'ibamáveis e naturitanos', escrever sobre caçadas e pescarias, principalmente caçadas, é o mesmo que oferecer a cabeça à forca, porque, indistintamente, tudo será condenado, exceto as condenáveis e abomináveis atitudes dos usuários de redes, das armadilhas, das caçadas de varrida e outras artimanhas de caçadores e pescadores sem escrúpulos e sem respeito à natureza.

Sensibilidade enfática
Segundo o intelectual, Canrobert é um estilista acurado, com uma extraordinária sensibilidade comunicativa, tem conhecimento ecológico e é um autêntico poeta da natureza. "Faço, a ele e seu livro, uma louvação, transcrevendo dos meus alfarrábios uma historinha do caçador, que também já fui. Altas horas, noite enluarada. Nas garimpas do pequizeiro florido, a rede estática e o caçador, também. O canto triste de um uruatu distante parecia trazer na brisa que murmurava na rama, nomes, lugares, pessoas, pedaços de vida, saudades".

SOBRE O AUTOR
Filho de Francisco Cesário Faustino e Raimunda Deusa Oliveira Faustino, Canrobert nasceu em Coroatá (MA). Estudou no Colégio 28 de Julho, com a educadora Perozé, e no Ginásio Viriato Correia, ambos localizados em sua cidade natal. Esteve, ainda, no Colégio São José, em Fortaleza (CE), e Escola Politécnica de São Paulo (SP). Devido a circunstâncias alheias a sua vontade, teve de optar e seguir carreira bancária, aonde chegou a gerente, aos 29 anos de idade, assumindo agências em vários estados. Posteriormente, saudoso de sua terra natal e sem chances de transferência, ingressou na Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), em São Luís.
Na CVRD, Canrobert foi assistente técnico de Administração, chefiando o Setor de Materiais Administrativos, acompanhando a construção da Ferrovia Carajás na capital maranhense e em Serra dos Carajás (PA). Concluídas as obras, foi para a Valec, empresa responsável pela construção da Ferrovia Norte-Sul, por meio de gerenciadora/empreiteira, até o encerramento da estrada, no trecho compreendido entre Pequiá, no município de Açailândia, a Estreito, na divisa do Maranhão com o Tocantins.
No campo literário, Canrobert é cronista, com publicações em vários periódicos, sendo que sua primeira crônica, 'Solidão na rua Direita', uma alusão ao descaso das pessoas umas para com as outras, devido à velocidade com que andam naquela rua de São Paulo, com publicação no Jornal 'Folha da Tarde'. Tem mais dois livros publicados. Atualmente, é editor responsável do Jornal 'Regional', de Porto Franco', a 95 km de Imperatriz.
Material publicado em memória a Canrobert.