Hemerson Pinto
O problema não surgiu agora, começou antes mesmo que a rodovia que liga Imperatriz a João Lisboa fosse entregue no ano passado. Nossa reportagem percorreu os 10km de extensão da Pedro Neiva de Santana entre as duas cidades e viu de perto o que deixa em alerta condutores de veículos que trafegam pela via diariamente. Alguns até mais de uma vez em menos de 12 horas.
“Eu saio de João Lisboa umas 7h e volto para casa 5h da tarde. Em alguns dias eu volto pra minha cidade pra almoçar, assim faço quatro viagens”, diz o auxiliar de crédito José de Ribamar. Em uma motocicleta 150c, ele desenvolve velocidade considerável. “De vez em quando a gente até corre um pouco mais”, confessa, reconhecendo os perigos. Segundo o cobrador, “o risco maior é você não notar uma dessas falhas no asfalto e perder o controle da moto. Ou tentar desviar de um buraco e ser pego por outro veículo que venha atrás”.
A rodovia que antes tinha apenas duas faixas foi duplicada há pouco menos de um ano, mas o processo começou há quase três. A demora na execução da obra também provocou transtornos. “Eu passei esse tempo todo tendo que levar uma camisa pra trocar quando chegava em Imperatriz, ou então sair de casa com uma roupa mais velha, por causa da poeira. Quando chovia, então”, lembra José, que aproveita para refletir: “E até hoje não entendi porque demorou tanto para ser concluída, e ainda foi preciso mexer nela antes de dada por encerrada”.
Depois de entregue a obra, também não demorou a receber alguns retoques, como a reposição da camada asfáltica em pequenos buracos. Um dos problemas que ainda não teve solução, mesmo com procedimentos já realizados, é o alagamento do trecho próximo à rotatória, no município de Imperatriz. “Toda chuva forte alaga, parece que não tem uma saída para a água. Isso faz é prejudicar o asfalto, parece que ficou uma parte mais baixa, dentro da rotatória”, reclama o motorista Daniel dos Santos, que trabalha com entrega de materiais para construção. Ele chamou atenção para as laterais da rodovia, que em alguns trechos também acumulam água da chuva.
Enquanto era construída, o trabalho feito na rodovia já era discutido pela população e foi tema de uma sessão na Câmara Municipal de João Lisboa. A obra, segundo o que foi debatido na sessão, gerava reclamações de engenheiros, motoristas e da comunidade daquele município. Na época, os vereadores pediram a intervenção de deputados estaduais e do Governo do Estado, alegando que a obra não poderia ser entregue nas condições em que se apresentava.
Durante nosso trajeto, encontramos o motorista de van que se identificou como André. Trafegando diariamente de João Lisboa a Imperatriz e fazendo o percurso contrário, o motorista aponta os principais riscos da rodovia Pedro Neiva de Santana. “Principalmente para quem não conhece, quando se assusta com um buraco ou com asfalto desmanchado, pode querer desviar rápido e provocar um acidente, batendo com outro carro ou perdendo o controle e saindo da pista”, comenta.
Nossa reportagem encontrou poças de água nas laterais da pista, pequenos buracos e alguns trechos com asfalto solto, rachado ou apresentando ondulações. Alguns defeitos da rodovia estavam demarcados, como que aguardando reparos.
O PROGRESSO procurou o engenheiro responsável pela obra de duplicação da Pedro Neiva de Santana. Ele não autorizou a gravação de entrevista e disse que se manifestará apenas em momento oportuno.
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